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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Militares não caçarão negros

OS MILITARES NA HISTÓRIA...

Abolição 125 anos

O Correio viaja no tempo para cobrir os dias decisivos da aprovação da Lei Áurea

Rio de Janeiro, domingo, 13 de maio de 1888


O apoio das forças de segurança ao fim da servidão no Brasil é apontado pelos parlamentares, inclusive por representantes das oligarquias escravistas, como mais um ingrediente que torna a abolição irrefreável. Desde que o Clube Militar encaminhou uma moção à princesa Isabel pedindo que o Exército não cedesse mais homens para trabalhar como capitães do mato (caçadores de negros fugidos), polícias de algumas províncias vêm diminuindo a repressão sobre os quilombos.
O comunicado enviado a Isabel pelo presidente do Clube Militar, marechal Deodoro da Fonseca, em outubro do ano passado, pedia que o governo imperial "não consinta que os soldados sejam encarregados da captura de pobres negros que fogem à escravidão." E sentenciava: "É impossível esmagar a alma humana que quer ser livre."
Os militares assinalaram, ainda, o espírito pacífico "dos homens que fogem, calmos, sem ruído, mais tranquilamente do que os gados que se dispersam pelo campo". Mesmo assim, o marechal Deodoro assegurou que não deixaria de agir caso o "preto embrutecido pelo horror da escravidão tentasse garantir a liberdade esmagando o branco".

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