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sábado, 18 de maio de 2013

General brasileiro vai comandar as tropas das Nações Unidas no Congo

Agora, país será o único a exercer o comando militar de duas missões da ONU -a outra é no Haiti

General Santos Cruz já foi responsável pelos militares da ONU no Haiti e atualmente é assessor da Presidência

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um General brasileiro será o primeiro comandante militar da Monusco, a missão de estabilização da ONU na República Democrática do Congo (África central).
Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chefiou as forças militares de paz no Haiti entre janeiro de 2007 e abril de 2009, teve seu nome anunciado ontem pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O General comandará mais de 19 mil militares de 57 países. Não há soldados brasileiros no contingente.
Com a decisão, o Brasil será agora o único país a liderar, ao mesmo tempo, tropas de duas das 15 missões de paz da ONU pelo mundo -no Haiti, o comando militar está a cargo o tenente-general Edson Leal Pujol.
No Líbano, é a Força-Tarefa Marítima da Unifil que está a cargo de um brasileiro: o almirante Wagner Zamith.
O governo brasileiro frequentemente usa sua participação nas missões de paz das Nações Unidas como credencial para pleitear um assento permanente numa possível expansão do Conselho de Segurança da ONU -órgão que tem poder de decisão sobre o mandato das missões.
Atualmente, o Brasil contribui com quase 2.000 militares ou observadores em oito missões pelo mundo -na maioria delas, contudo, a participação é inferior a dez integrantes.
As maiores contribuições são na Minustah, no Haiti, com 1.670 militares, e na Unifil, no Líbano, com 263.
Santos Cruz, 60, vai suceder o general indiano Chander Prakash Wadhwa, o primeiro não africano a liderar as tropas no país. Antes dele, dois senegaleses e um nigeriano ocuparam o posto.
Formado em Engenharia Civil e graduado na Academia Militar das Agulhas Negras, Santos Cruz era atualmente assessor especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.
No Brasil, ele foi comandante da 2ª Divisão do Exército (2009-2011) e vice-chefe do Comando de Operações Terrestres (de abril de 2011 a março).
O general terá a difícil meta de "neutralizar" grupos armados no país, em especial o Movimento 23 de Março (M23).
O conflito no Congo teve início após o genocídio na vizinha Ruanda, em 1994, e a imigração massiva de pessoas da etnia hutu. Segundo a ONU, entre 1996 e 2003, confrontos no Congo deixaram cerca de 4 milhões de mortos.
A missão de paz foi criada em 1999, sob o nome de Monuc. Em 2010, contudo, teve seu nome mudado para caracterizar também uma nova fase de sua atuação.
Em março, o Conselho de Segurança deu à missão mandato para ocupar territórios dominados por grupos rebeldes, decisão inédita na ONU.

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