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A consolidação da
tecnologia digital possibilitou a criação de um novo plano de
relacionamento - entre pessoas, organizações, empresas, corporações,
países, entidades supranacionais. Se isto permite avançar rapidamente em
um sem-número de áreas, como informação, ciência, entretenimento,
educação, etc., também tem seu lado preocupante. Pois as novas
ferramentas também são usadas em ações à margem da lei.
Estão aí os ciberataques,
obra de hackers individuais, grupos militantes e também de governos. As
informações são de que seis países alcançaram nível tecnológico para
promovê-los: EUA, China, Rússia, Israel, Reino Unido e França, aos quais
se poderia juntar o Irã. Agências do governo dos EUA, a ONU, o FMI, o
Comitê Olímpico Internacional ou o Google foram algumas das principais
vítimas de invasões em suas redes. O primeiro ato da já chamada
ciberguerra a se tornar mundialmente conhecido foi a infecção do
programa de controle das centrífugas para enriquecimento de urânio do
Irã pelo vírus Stuxnet, que danificou instalações nucleares de Natanz,
atrasou o início da produção da usina de Bushehr e retardou o progresso
iraniano em direção à bomba atômica. O vírus foi supostamente
desenvolvido a mando dos EUA e/ou de Israel, diante dos sucessivos
fracassos de iniciativas diplomáticas para convencer Teerã a paralisar o
programa nuclear, uma ameaça à comunidade internacional.
A partir daí, o Irã
acelerou a própria capacidade de realizar ataques cibernéticos. A última
ofensiva teve como alvo os sistemas de controle de companhias de
energia dos EUA, como de petróleo e gás e de eletricidade, mostrando que
pode paralisar componentes cruciais da infraestrutura americana, com
potencial de causar caos social. É só imaginar uma metrópole sem luz,
força, gasolina e gás. Se a ação iraniana tem características de
sabotagem, a da China é consistente com ações de espionagem altamente
sofisticadas. Relatório para o Pentágono obtido pelo jornal "The
Washington Post" revelou que hackers chineses penetraram nos mais
importantes sistemas de armas americanos, potencialmente comprometendo
mísseis destinados à defesa da Ásia, da Europa e do Golfo Pérsico. A
ação chinesa visa também a recolher dados que permitam ao país queimar
etapas na criação de armamentos sofisticados que reduzam sua desvantagem
frente aos EUA nesta área.
Este panorama mostra que a comunidade
internacional também precisa queimar etapas na criação de instrumentos
multilaterais que reprimam a ciberguerra e o cibercrime. A dimensão
digital é o espaço da liberdade de expressão e da iniciativa individual
ou coletiva, desde que não seja utilizada para ameaçar quem quer que
seja. É algo a que o Brasil deve dar atenção, diante das dimensões de
sua economia e, a curto prazo, dos múltiplos eventos de massa que aqui
se realizarão neste e nos próximos anos.
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sexta-feira, 31 de maio de 2013
A realidade da ciberguerra
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