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sábado, 18 de maio de 2013

Governo financia R$ 2,9 bi para tecnologia em defesa


Edital prevê ainda recursos para área aeroespacial; foco é em grandes projetos

De olho em investimentos de grande empreiteiras, que decidiram apostar alto nos mercados de defesa e aeroespacial, o governo lançou ontem, em São José dos Campos (SP), uma linha de R$ 2,9 bilhões para desenvolver novos produtos voltados ao setor. Segundo o edital do programa Inova Aerodefesa, o Ministério da Defesa e a Agência Espacial Brasileira (AEB) poderão utilizar a linha de crédito para contratar projetos de interesse da União, como, por exemplo, equipamentos de uso policial e militar, e componentes para satélites e foguetes.
O Ministério da Ciência e Tecnologia, no entanto, afirma que a ideia não é restringir o financiamento às demandas governamentais. O edital, lançado ontem e que estipula o dia 1º de julho como prazo para apresentação de propostas, prevê quatro linhas de produtos que poderão receber crédito: aeroespacial, defesa, segurança e produtos especiais.
O dinheiro poderá bancar um espectro amplo de projetos, que vão desde de motores para foguetes até armamento não letal, passando por identificadores de DNA e o desenvolvimento de ligas metálicas. As regras do programa não estipulam valor máximo por empreendimento nem limite de financiamento por empresa. Não haverá financiamento para projetos com valor inferior a R$ 1 milhão.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, admitiu que o plano serve para resgatar o atraso tecnológico do Brasil. E provocou as indústrias a investir em inovação.
- Não podemos ficar defasados tecnologicamente nessas áreas, precisamos ser inovadores. Esperamos, agora, que as empresas também se mostrem dispostas a investir em inovação - disse Raupp.
Nos últimos anos, empreiteiras como a Odebrecht, a OAS, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez entraram no setor. Segundo as regras do programa, as gigantes poderão liderar consórcios para projetos de grande porte.
A Finep ficará com o maior volume de recursos: R$ 2,4 bilhões, contra R$ 500 milhões que sairão dos cofres do BNDES. Foram reservados R$ 190 milhões para investimento a fundo perdido, sendo R$ 41 milhões para projetos aeroespaciais formulados em cooperação com institutos federais de Ciência e Tecnologia (ICTs).

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