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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Militares fora da Esplanada

A conta não tem como fechar: a Esplanada dos Ministérios possui 17 prédios para 39 pastas do governo Dilma. Como não cabe todo mundo  o jeito é improvisar, alugar salas ou remanejar o pessoal de outras áreas que lá trabalhem e, assim, conseguir abrigar os servidores do Executivo Federal. 
Por isso, há no governo a intenção de transferir o contingente dos edifícios do Exército, Marinha e Aeronáutica para novos espaços em Brasília. Os primeiros a sair estão sendo os militares do Exército, para dar lugar ao recém criado Ministério da Micro e Pequena Empresa.
Segundo a Secretaria de Patrimônio da União, vinculada ao Ministério do Planejamento, os departamentos do Exército que estão alojados na Esplanada vão desocupar o prédio por completo até o final do segundo semestre.

Para o Setor Militar Urbano

Serão transferidos para uma área localizada no Setor Militar Urbano. O Ministério da Defesa informou que, no orçamento deste ano para a pasta, foram destinados R$ 40 milhões para o término das obras que estão sendo feitas, de forma a acomodar esse pessoal.
A assessoria do Ministério do Planejamento, no entanto, afirmou que não há previsão para a desocupação de outros blocos da Esplanada, uma vez que as transferências são realizadas caso a caso, de acordo com as demandas por espaço que vão surgindo. Mas não é essa a informação de oficiais dentro das três Forças Armadas e de assessores do Palácio do Planalto. Eles afirmam que há uma diretriz de mudança.

Postura ainda divide

1 - O remanejamento dos militares da Esplanada começou em 2010, com a transferência de alguns servidores do Exército. Vinha sendo pensada, segundo oficiais da reserva, há mais de 13 anos.
2 - O Ministério da Defesa – que passou a reunir as três Forças  – foi criado em 1999, mas somente em 2002 se começou a discutir efetivamente as mudanças.
3 - Na época, contaram especialistas do ministério, houve muita irritação e bate-boca entre representantes do alto comando das três forças, que consideravam a saída uma espécie de desprestígio para os militares.
4 - A situação só mudou depois da gestão do então ministro da Defesa Nelson Jobim, em 2010. De lá para cá, a transferência se encontra em plena execução - e tem sido feita da forma mais diplomática possível.
5 - Haverá redução, também de forma paulatina, das despesas que a União tem hoje  com  aluguéis de prédios para alojar ministérios e órgãos federais – valores que, conforme sites como o Contas Abertas, desde 2011 oscila entre R$ 54 milhões e R$ 80 milhões por mês, o que inclui moradias.

Previsão: até 2015 mudança se completará

Dados extraoficiais dão conta que cerca de 2 mil servidores do Exército, Marinha e Aeronáutica que ainda trabalham em departamentos e setores lotados nos três prédios destas armas, na Esplanada, serão remanejados até o final de 2015.
O pessoal do Exército prosseguirá seguindo para o Setor Militar Urbano. Uma parte já tinha saído, anos atrás, do espaço onde hoje funciona a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), criada ainda durante o governo Lula.
No caso da Marinha, a mudança será para o 7º Distrito Naval, localizado no Lago Norte. Já os militares da Aeronáutica vão principalmente  para a área do  6º. Comando Aéreo Regional (Comar), localizado próximo ao Aeroporto Juscelino Kubitschek (junto à Base Aérea).

Argumentos variados

Os argumentos são os mais variados: passam pela necessidade de se evitar gastos ainda mais exorbitantes com aluguéis e deixar o primeiro escalão próximo do Congresso e do Planalto. Mas mostram uma mudança relevante no diagrama do poder, porque representa na prática a saída dos militares do centro político da capital.

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