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domingo, 30 de junho de 2013

Piloto da FAB é punido por levar na poltrona Urso de 2 metros de altura que Dilma ganhou de presente


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net

Um mimo gigante presenteado por empresários paulistas à Presidenta Dilma Rousseff da Silva, na semana em que a profusão de magapasseatas apavorava o governo, ajudou a alimentar uma crise na relação com as Forças Armadas. Um oficial da FAB acabou punido por ter aberto a enorme embalagem que continha um pesado urso de pelúcia, com dois metros de altura, ganho pela chefona-em-comando dos militares.

O caso do “Ursão da Dilma” alimentava ontem as piadas sérias entre oficiais generais acerca do governo. Também foi razão para muito mais tensão no Gabinete de Segurança Institucional – de onde a suposta revelação sobre o presentão pode ter vazado para os meios militares. Na Força Aérea, virou motivo de revolta, apenas porque o piloto, obrigado a levar o bichão de São Paulo até Brasília, teve a criativa ideia de desembalar o ursão para transportá-lo sentado, como um passageiro ilustre, em um dos jatos que serve à Presidência da República.

Para que pode servir um Urso de pelúcia com dois metros de altura? Embora o animalzão de pelúcia tenha o tamanho do abraço que a sociedade em protesto está dando no governo, a serventia prática de tal brinquedo para uma Presidenta da República parece nenhuma. Até para Dilma repassar o Ursão para seu netinho a coisa parece o exagero. De concreto, o presente para Dilma se transformou em um problema logístico para o GSI – que zela pela segurança da Presidenta.

Nas galhofas indiscretas de oficiais generais da ativa, rolava uma perguntinha irônica, com resposta previsível: qual seria o recheio de um ursão daquela dimensão? Ao saber da inusitada ocorrência, um militar até ensaiou uma resposta condigna: “Vai ver é brinquedo, não – como dizia a personagem de uma novela da Rede Globo”. A Ordem no Palácio do Planalto é não falar do assunto. Mas, agora, o medo é que vazem fotografias do bichão sendo transportado – o que pode alimentar a oposição e a turma das passeatas sem fim.

Também não parece brincadeira outra bomba que pode explodir na onda de desmoralização contra o governo. Um dossiê – cuja ameaça de divulgação pairava ontem sobre o Congresso – pode confirmar mais um grave vício de parte da classe política. A mania de promover orgias em festinhas de embalo, antes da tomada de importantes decisões, em Brasília.

O dossiê – que estaria nas mãos de um megaempresário transnacional – compromete, diretamente, a imagem de pelo menos 7 senadores e mais de 30 deputados federais - todos usuários diários de drogas pesadas. O caso pode revelar um obscuro tráfico de drogas no Congresso Nacional. Os políticos viciados costumam comprar e usar os entorpecentes em programas sexuais particulares e bacanais para classe A, em mansões de Brasília.

A maioria dos políticos que participam de tais orgias regadas a drogas e sexo costumam traficar mais que a costumeira influência. Nas farras, costumam ser decididos grandes negócios que rendem polpudos “mensalões”. Alguns participantes mais carentes até cometem o erro primário de se apaixonar pelas caríssimas garotas de programa que lhe servem sexualmente. No clima de paixão, bebedeira e doideira, acabam revelando o que não deveriam. Os segredos de alcova, que se transformam em recheios dos dossiês, também os torna alvo constante de extorsões.

A estranha estória do ursão presidencial e a droga dos políticos em Brasília (perdão pela redundância da expressão) são apenas alguns componentes do sério anedotário da mais grave crise institucional vivida pelo Brasil. Ainda seremos obrigados a assistir a coisas inimagináveis de agora até a sucessão presidencial em 2014...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

Alerta Total/ SoS Família Militar

ARGENTINA – FORÇAS ARMADAS SOFREM GOLPE DEVASTADOR

O Exército Argentino será comandado pelo polêmico e controverso general-de-divisão César Milani Foto -Clarin

Nelson Düring
Editor-chefe DefesaNet

Duas semanas após a presidente Cristina Fernández de Kirchner ter trocado o ministro da  Defesa, substituindo Arturo Puricelli pelo ideólogo Agustín Rossi, que liderava o bloco governista na Câmara dos Deputados desde 2005.

E após o novo ministro Rossi ter afirmado que não seriam alterados os comandos das Forças Armadas da Argentina a presidente Cristina Kirchner anunciou a troca na quarta-feira (26JUN13), de toda a cúpula militar das Forças Armadas da Argentina. Foram  substituídos os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e o chefe do Estado-Maior Conjunto.

O Exército será comandado pelo general-de-divisão César Milani, no lugar do tenente-general Luis Alberto Pozzi. Na Marinha, assume o comando o contra-almirante Gastón Fernando Erice, no lugar do almirante Daniel Alberto Enrique Martin. E na Força Aérea, o brigadeiro Mario Miguel Callejo ocupará o posto do brigadeiro-general Normando Constantino.

O novo chefe do Estado Maior Conjunto será o general-de-brigada Luis María Carena, que substituirá o brigadeiro Jorge Alberto Chevalier, há dez anos no cargo.

O impacto das mudanças anunciadas pela Casa Rosada e o ministro da Defesa Agustín Rossi geram um efeito nas Forças Armadas similar a um tsunami.

O Ministério de Defesa, publicou na sua edição desta sexta-feira (28JUN13) a  Resolución 28/2013, publicada no “Boletín Oficial”,que determina a passagem obrigatória para a reserva de Oficiais-Generais Superiores do Exército, da Armada e da Fuerza Aérea (FAA), devido a uma nova integração em cada uma das estruturas  das três Forças e do Estado-Maior Conjunto.

Assim passaram para a Reserva no dia de hoje:
Exército 9 Oficiais-generais;
Armada 14 Almirantes, e,
Fuerza Aérea 11 Brigadeiros.
Após este tsunami o pior ainda está por vir para as Forças Armadas e a Argentina. A incorporação das unidades de AGIT-PROP La Cámpora, entidade criada e mantida pelos governos Kirchner para mobilizações e atacar aos “inimigos” do governo “K”, no ministério da Defesa.
O segundo impacto e mais devastador ainda é a nomeação do polêmico General-de-Divisão César Milani, que muitos consideravam com o comandante “del Ejército de Facto” e não o Tenente-general Luis Alberto Pozzi.

Mantido e apoiado pela ex-ministra Nilda Garré, o General Milani coordenava a área de inteligência militar do Exército Argentino. Esta área tem sido usada pelo General Milani e Nilda Garré para investigar os meios castrenses ,em busca de opositores ou aqueles que discordam, do atual governo.

Tradicionalmente nas Forças Armadas os que comandaram a área de inteligência não chegam ao comando da Força. O oficial nomeado como  Subdirector General de Inteligencia del Ejército, o General de Brigada Walter Ovidio TEMPERINI, certamente estará sob surpevisão direta de Milani.

Também interessante, é que na noite de quinta-feira (27JUN13) a presidente Cristina Kirchner recebeu o marxista radical e tutor do presidente boliviano Evo Morales, o vice-presidente Alvaro Garcia Linera  Reflexos das movimentações bolivarianas continentais e as marolas provenientes das manifestações no Brasil. 
Defesanet/ SoS Família Militar

COMBATE! Mais um livro lançado por João Barone


Direto da Fonte

Sonia Racy

João Barone

Músico e escritor


O baterista dos Paralamas do Sucesso acaba de lançar novo livro -1942: 0 Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida - sobre a aventura da FEB na Itália. Fanático pelo tema (é dele o documentário Um Brasileiro no Dia D, de 2004), o músico, também autor de Minha Segunda Guerra, conversou com a coluna.
Seu pai era pracinha. Vem daí o interesse pelo assunto?
Ah, com certeza. Ele era soldado raso do Regimento Sampaio, da FEB. Mas nunca "glamorizou". Teve de largar o emprego nos Correios para ir lutar. E o fato de não falar muito me instigou ainda mais.
•O que te inspirou a escrever este segundo livro?
Laurentino Gomes e Eduardo Bueno (risos). Resolvi fazer um livro de jornalismo histórico, contextualizar o Brasil no episódio. Até para entender por que participamos do conflito.
•O que mais vem por aí?
Há outros projetos em andamento. Um deles é 0 Caminho dos Heróis, documentário sobre como os pracinhas ainda são lembrados, com carinho, na Itália. Será exibido na TV paga em breve. Outro projeto é uma minissérie focando um pelotão brasileiro - mais dramaturgia, filme de ação, mesmo. Chama-se Terra de Ninguém. Deve ficar pronto em 2015.
•Teve algum apoio financeiro?
Por enquanto, eu e meu irmão (que tem uma produtora) fizemos no peito e na raça. Mas Terra de Ninguém está inscrito na Lei Rouanet. Até agora é 100% quixotesco. /Daniel Japiassu

Abin avalia que protestos devem continuar pelo país



Manifestações em cidades pequenas preocupam agência de inteligência

Jailton de Carvalho

BRASÍLIA


Estudos de cenário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) indicam que as manifestações iniciadas há quase um mês vão continuar nas próximas semanas. A Abin aponta ainda como um detalhe preocupante o surgimento de protestos de rua em cidades pequenas. São áreas urbanas sem a presença de movimentos sociais, onde autoridades locais não estão acostumadas a lidar com situações de tensão coletiva.
Segundo análise da agência encarregada de assessorar a Presidência da República em questões relevantes para o país, as medidas anunciadas pelo governo demoram algum tempo até surtirem efeito e a falta de resultados imediatos serve de mais combustível para os protestos.
- A tendência das manifestações é continuar, talvez não na proporção que tiveram até o momento - disse o diretor da Abin, Wilson Trezza.
Segundo ele, as manifestações ganharam uma dimensão mítica. Muitos manifestantes estariam indo às ruas para reivindicar melhorias no serviço público e protestar contra a corrupção, entre outros temas visíveis em cartazes erguidos pelas multidões. Mas muitos estariam participando dos protestos apenas pelo orgulho pessoal de estar no centro dos acontecimentos.
- As pessoas que vão para as ruas estão sendo vistas com admiração. Isso começa a estimular outras (que estão em casa) a fazerem o mesmo. Assim, quanto mais as manifestações crescem, mais elas crescem - diz Trezza.
A agência, segundo ele, já havia detectado riscos de protesto de membros do "Copa para quem ?", movimento que lidera as manifestações contra os gastos públicos na Copa das Confederações. Mas, claro, não passou pelos radares da agência que os protestos arrastariam multidões.
Ele lembra que o primeiro protesto do Movimento Passe Livre, o grupo que puxou as primeiras grandes manifestações, reuniu pouco mais de 100 pessoas em São Paulo no início do mês. Duas semanas depois, milhares de pessoas estavam saindo às ruas em São Paulo, no Rio, Porto Alegre, Brasília e muitas outras cidades, numa proporção nunca vista na história do país.
Com o fim da Copa das Confederações neste domingo, as atenções do serviço de inteligência se voltam para a Jornada Mundial da Juventude. A agência entende que o encontro internacional de jovens católicos no Rio de Janeiro tornam os protestos de rua ainda mais preocupantes. O encontro, que deve reunir milhão de fiéis na presença do Papa Francisco, ocorrerá em campo aberto. Diferentemente do que acontece nos estádios, a polícia não terá condições de isolar totalmente as áreas. Sem isso, as multidões no encontro religioso estariam mais expostas que as massas de torcedores em jogos da Copa.

Papa terá proteção de até 20 mil agentes


A segurança do papa Franciso, um chefe de Estado de risco, está preparada para identificar no melo da multidão o rosto do atentado a face pálida atitude tensa, o traje em desacordo com o clima, um  olhar fixo. O alobo solitário como é definido nos cenários dos especialistas um autor de uma eventual ação violenta contra o pontífice, é a maior preocupação do grandioso esquema de segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a ser realizada no Rio, entre os dias 23 e 28 de julho.
Um enorme dispositivo envolvendo 20 mil agentes, entre os quais de 8,5 mil a 12 mil militares, foi mobilizado para o esquema montado pelo Ministério da Defesa e a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça.
O contingente terá à disposicão recursos como helicópteros armados, ao menos dois caças supersônicos.F-5M, aviões de ataque leve A-29 Super Tucano, um avião de inteligência R~99 e um Vant, a aeronave não tripulada, que fará reconhecimento de áreas como o gigantesco Campus Fidei, onde serão realizados a Vigília da noite de sábado, dia 27, e a Missa do do- mitigo, dia 28. Nas duas celebrações são esperados de 1,5 milhão a 2 milhões de jovens fiéis.
Em terra, haverá blindados armados e de transporte de tropa, distribuídos de maneira discreta e sem interferir na rotina prevista para o Rio durante a Jornada. No total, cerca de 300 veículos de diversos tipos estarão no Rio e em Aparecida, para onde Francisco irá no dia 24.
O Comando da Marinha participa fazendo o controle da faixa marítima. O plano da Força ainda está sendo definido, mas deve ter um navio - provavelmente um dos três novos patrulheiros da classe Amazonas, ou uma fragata da série Niterói, armada com mísseis, canhões e torpedos - e lanchas rápidas . O tráfego de embarcações na Baía da Guanabara será monitorado, com previsão de abordagem para a inspeção. Os fuzileiros navais estão no programa.
A empreitada foi inspirada no plano criado para dar garantia à reunião RiQ+20, em 2012, e está integrada ao projeto de acontecimentos internacionais iniciado com a Conferência da ONU realização dos Jogos Olímpicos. São estimados investimentos de R$ 710 milhões. Já foram liberados R$ 640 milhões parao custeio direto. A missão do Papa e JMJ começa no dia 15 e deve terminar em 5 de agosto.
Hospital de campanha. As tarefas foram divididas entre polícias, locais e federal, mais as Forças Armadas. Caberá aos civis determinados cuidados, como acompanhar o movimento de chegada dos peregrinos e autoridades estrangeiras. Trânsito, segurança direta dos chefes de Estado e as escoltas também estão sob a responsabilidade da polícia do Rio e da PF.
O pessoal da Defesa vai trabalhar nas atividades da Base Aérea do Galeão, nos controles do espaço e do mar "e, sobretudo, na prevenção e combate ao ter. rorismo", segundo o general Jamil Megid. Esse é um tema delicado. Ele não confirma o deslocamento de equipes das Forças Especiais, de Goiânia, embora admita que haja "equipes localizadas" no Rio e em Aparecida na condição de alerta.
O papa vai se encontrar com a presidente Dilma Rousseff em Copacabana, no dia 26. Da agenda de Francisco constam visitas a um hospital e à Quinta da Boa Vista. Os coordenadores da programação consideram a possibilidade de que governantes da região, como a presidente Cristina Kirchner, da Argentina, Juan Santos, da Colômbia, e Nicolas Maduro da Venezuela, possam comparecer à JMJ.
O grupo militar vai usar uma ponte metálica para facilitar o  acesso ao Campus Fidei de Guaratiba e um hospital móvel para atender emergências. No ar, o Vant da FAB vai vigiar tudo em um raio de 250 km, com sistema de visão noturna e lentes de alta resolução. Pode permanecer em voo por até 16 horas.

sábado, 29 de junho de 2013

Militar alcoolizado é preso dirigindo na contramão em Manaus, diz polícia

Segundo a polícia, o homem teria tentado resistir à prisão.

Homem voltava de uma festa quando bateu em carro e atingiu casa.

Carro colidiu contra portão de residência (Foto: Divulgação)Carro colidiu contra portão de residência (Foto: Divulgação)

Um suposto tenente do Exército foi detido por policiais militares da 11ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) depois de dirigir na contramão e atingir outro carro sob suspeita de estar alcoolizado na madrugada desta sexta-feira (28). Segundo a Polícia Civil, o homem teria tentado resistir à prisão e também desacatar os policiais.
O homem voltava de uma festa na Zona Oeste quando entrou com um Fiesta, preto, na contramão e atingiu um carro modelo Monza, de cor azul, pertencente ao motorista Wellinton dos Santos, 43 anos, que seguia para o trabalho. Um dos carros bateu no muro de uma residência. A dona da casa acionou a polícia.
"Todos estavam dormindo em casa quando, de repente, eu acordei com um barulho. Um lado do portão foi arrancado. Quando vi o que tinha acontecido, acionei a polícia”, afirmou a dona de casa Janice Torres, de 61 anos.

Acidente ocorreu na madrugada desta sexta (Foto: Divulgação)Acidente ocorreu na madrugada desta sexta (Foto: Divulgação)

De acordo com o motorista do veículo atingido, o tenente se ofereceu para pagar o prejuízo e pediu que não chamassem a Polícia. "Ele dirigia na contramão com o farol muito alto e saiu do carro muito embriagado", contou ao G1.
Ainda segundo a polícia, a mulher do tenente, ao chegar ao local, tentou desacatar os policiais. O tenente resistiu à prisão, mas foi conduzido à delegacia.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o homem foi autuado por embriaguez ao volante. Ele foi liberado depois de pagar fiança. Ainda segundo a polícia, ele responderá processo em liberdade.
O G1 tentou entrar em contato com o Comando Militar da Amazônia para apurar os procedimentos que deverão ser adotados contra o suposto tenente, mas não obteve sucesso.

G1/ SoS Família Militar

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Exército marca regularização fundiária de comunidade situada na área do CIGS para julho



Condições do documento de Concessão de Direito Real de Uso coletivo a ser assinado pelos moradores da comunidade São Francisco do Mainã foram definidas durante reunião, na manhã desta última quinta-feira (27)
Os termos do acordo final para a regularização fundiária da comunidade foram estabelecidos a partir da mobilização dos comunitários e de processo de negociação mediado pelo MPF-AM (Divulgação)
Em atendimento a recomendação expedida pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) e acatada pelo Comando Militar da Amazônia e pelo Comando da 12ª Região Militar, os moradores da comunidade tradicional São Francisco do Mainã, localizada à margem esquerda do rio Amazonas, em área do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), receberão da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) um termo de Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) coletivo, que oficializará a posse das terras tradicionalmente ocupadas pelos ribeirinhos perante a União. A assinatura e entrega do documento foram marcadas para o próximo dia 20 de julho, na comunidade.

Os termos do acordo final para a regularização fundiária da comunidade foram estabelecidos a partir da mobilização dos comunitários e de processo de negociação mediado pelo MPF/AM, o qual resultou na expedição de recomendação no início da semana, que tomou como base os entendimentos firmados entre os comunitários, o Exército – que exerce o domínio da área onde está situada a comunidade, por meio do CIGS – e a Superintendência da SPU no Amazonas, em reunião realizada em abril deste ano. Pequenas modificações sugeridas em nova reunião realizada na manhã desta quinta-feira (27), na sede da comunidade, serão acrescentadas ao texto final.

Na presença do procurador-chefe da Advocacia-Geral da União no Amazonas (AGU), Allan Carlos Moreira Magalhães, do procurador da República Julio José Araujo Junior, do superintendente da SPU no Amazonas, Silas Garcia Aquino de Sousa, e dos comunitários, representantes do Exército fizeram a leitura integral do requerimento a ser assinado pelos moradores e detalharam cada uma das regras de convivência estabelecidas em comum acordo entre militares e comunitários, durante as reuniões realizadas.

Entre as principais definições do documento constam a concessão coletiva do direito sobre a área, a dispensa de autorização para pesca no igarapé Mainãzinho pelos comunitários, a proibição de realização de treinamentos do CIGS com munição real na área de São Francisco do Mainã, a previsão da transmissão do direito de ocupação das terras aos descendentes diretos dos atuais moradores tradicionais da comunidade e a formalização de compromisso de não oposição, por parte do Exército, da inclusão da comunidade em políticas públicas, como o Programa Luz Para Todos.

Modelo participativo


O procurador da República Julio Araujo ressaltou o caráter participativo da construção do termo, o que torna este caso singular, pois a comunidade pôde recusar um formulário previamente elaborado e apresentar suas demandas, as quais, após muitas discussões, foram atendidas pelo Exército. Ele disse ainda que esse modelo de negociação deverá ser adotado para buscar a regularização das comunidades Jatuarana e Santa Luzia do Tiririca, que também estão instaladas em área de domínio do Exército, na região do Puraquequara. “O MPF no Amazonas está acompanhando todas essas discussões para garantir o respeito às leis e aos direitos das comunidades tradicionais que pretendem ver seus direitos respaldados. É importante que o entendimento seja construído de forma democrática entre as partes”, declarou.

O chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), general de brigada José Luiz Jaborandy Junior, informou que a partir da próxima semana, uma equipe do Exército levará até a comunidade os requerimentos de adesão à CDRU coletiva para assinatura pelos moradores, acompanhados de membros da associação comunitária. “Até a data da assinatura e entrega do documento oficial, todos os moradores de São Francisco do Mainã deverão ter assinado o requerimento”, completou o superintendente da SPU/AM, Silas Garcia.

Entendimento
Para o presidente da Associação Comunitária do São Francisco do Mainã, a realização de um acordo amplamente discutido com os comunitários e todas as partes interessadas é a concretização de um importante passo rumo ao reconhecimento dos direitos das comunidades tradicionais. “O que nós sempre buscamos é justamente esse entendimento justo para todas as partes. Não queremos criar empecilhos para ninguém. Há mais de 40 anos esperamos pelo momento de resolver esse problema e agradecemos por essa abertura de diálogo que trouxe a esse entendimento”, disse. A Crítica/ SoS Família Militar

Embraer KC-390: o futuro do transporte aéreo militar brasileiro


Conheça o projeto brasileiro que vem chamando a atenção do mundo todo. Avião promete ser melhor, maior e mais barato que as outras aeronaves do tipo.
Novo avião cargueiro militar de médio porte da Embraer (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)
A Embraer é uma das maiores fabricantes de aeronaves do planeta – e pretende aumentar ainda mais a sua participação de mercado. A companhia brasileira quer se consolidar também em outro nicho, expandindo os seus horizontes para atender uma demanda nova para a companhia: os aviões cargueiros militares.

A empresa trabalha desde 2007 no projeto do Embraer KC-390, considerado por muitos analistas de dentro e fora da companhia como um dos seus mais ousados empreendimentos. Com ele, a Embraer promete desenvolver uma alternativa mais moderna, rápida, versátil e barata do que todas as outras opções disponíveis no mercado.

Conheça um pouco da aeronave brasileira que promete atender não só as demandas do exército brasileiro, como também as necessidades de mais de 70 países diferentes nos próximos 15 anos.
Um senhor avião

O Embraer KC-390 já conta com seis anos de estudo. Como se trata de algo novo para a Embraer, todo o projeto vem sendo desenvolvido com muita cautela. Mas, além de cuidado, a companhia promete capricho, oferecendo uma aeronave diferente do que há disponível no mercado.

 
Medidas externas da aeronave (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)

Segundo o site da Embraer, o KC-390 “estabelece um novo padrão para aeronaves de transporte militar médias”. Com essa ideia de revolucionar o mercado, a empresa trouxe, por exemplo, um novo “recorte” para a aeronave, algo que permite o transporte de cargas maiores e um melhor aproveitamento de espaço.

O Tenente-Brigadeiro do Ar, Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, explica por que tal projeto tem o apoio das forças armadas do Brasil. Segundo ele, o Embraer KC-3 representa um verdadeiro “salto de qualidade no tempo, trazendo uma nova capacidade de carga e transporte, algo que assegura à Força Aérea Brasileira uma ampla capacidade de cobrir os 22 milhões de quilômetros quadrados que compõem o Brasil”.
Superando o vovô dos ares

Atualmente, o mercado de cargueiros militares médios é dominado pelo C-130 Hercules, fabricado pela norte-americana Lockheed Martin. Considerado um dos maiores sucessos da indústria aeroespacial de todos os tempos, esse avião representa 49% da frota total de aviões do tipo em todo o planeta.

 
C-130 Hercules (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)

Essa máquina, projetada na década de 1950, tem o recorde de ser a aeronave militar com o maior ciclo de produção da história, sendo que já existem mais de 40 versões do aparelho disponíveis – todas voando em mais de 90 países diferentes.

No Brasil, por exemplo, 23 C-130 Hercules são utilizados no transporte de frotas, veículos e cargas em geral. É ele quem deve lugar aos novos Embraer KC-390. Mesmo contando com versões adaptadas e bem mais modernas, o fato é que o modelo está superado.

Segundo o site Sistemas de Armas, por exemplo, o C-130 pode levar somente 70% dos itens que fazem parte de uma listagem de cargas da OTAN – um grande ponto negativo para um cargueiro militar. Além disso, o custo de voo dessas aeronaves, aliado ao fato de que a sua vida útil é relativamente curta, só serve para deixar a sua fabricante contente.
Engenharia moderna

Para desenvolver o KC-390, a Embraer conta com o auxílio de diversos órgãos e empresas diferentes. O estudo aerodinâmico do avião, por exemplo, vem sendo feito em túneis de vento especiais e que ficam na Holanda.
O avião traz características próprias muito interessantes, a começar pelo seu desenho, bem diferente dos Hercules. O corpo da aeronave também se mostra um pouco maior do que o do seu principal concorrente. As medidas principais do Embraer KC-390 são:
Comprimento: 33,50 metros;
Altura: 11,35 metros;
Envergadura (largura, contando as asas): 33,95 metros.

O avião é dotado de um sistema de autoproteção completo e é totalmente compatível com equipamentos de visão noturna, algo fundamental em diversas missões. Para garantir a segurança de voo, a máquina traz o chamado HUD duplo, capaz de fornecer informações no campo de visão dos dois pilotos durante toda a missão.

Além disso, ele trabalha com um sistema de comandos elétricos de voo (o chamado “Fly by Wire”) que foi personalizado pela própria Embraer para ser empregado no KC-390. Trocando em miúdos, trata-se de um sistema que substitui todos os cabos de aço que controlam o avião desde a cabine de comando por fios que trabalham com impulsos elétricos.

  
Modelo em três dimensões (Fonte da imagem: Divulgação/Embraer)
Essa tecnologia é bem mais leve, pois tira toneladas de aço dos aviões, e também é muito mais segura. Isso porque, além de responder o movimento feito pelo comandante com o manche do avião, ela também lança mão de cálculos de computadores – normalmente há mais de uma máquina fazendo essas contas.

Assim, se três PCs puderem fazer esses cálculos, por exemplo, os resultados são automaticamente comparados, tudo com o máximo de exatidão possível. Isso garante muito mais segurança durante o voo, inclusive mantendo a aeronave mais estável e respeitando sempre a velocidade de vento e o ângulo de manobras suportado pela estrutura do avião.
Voltado às missões

Outros sistemas especiais do KC-390 mostram toda a tecnologia por trás do seu desenvolvimento. Por tratar-se de um avião militar, ele conta com recursos defensivos, como o DIRCM. Trata-se de um laser baseado em fibra óptica que é capaz de gerar um feixe de luz, evitando que mísseis guiados por meio de infravermelho atinjam a aeronave, mantendo-os a quilômetros de distância.

 
Visão da sua estrutura interna (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)

Já o Sistema de Autoproteção (SPS) faz uma espécie de reconhecimento no entorno da aeronave, permitindo a identificação de ambientes hostis. Enquanto isso, o CARP ajuda os pilotos na hora de encontrar o ponto exato para o lançamento de cargas.

Quando à velocidade, o KC-390 também promete atropelar os seus concorrentes. O avião é um bimotor turbofan e, segundo a Embraer, ele deve entregar mais rapidez na hora de realizar as suas missões, contando com uma velocidade máxima de cruzeiro de 465 nós (860 quilômetros por hora). Vale lembrar que o Hercules (novamente ele), por exemplo, atinge somente 593 km/h.
O que ele pode levar?

E o que o KC-390 pode levar? Como se trata de um avião de transporte tanto de tropas, como também de cargas, esse fator é um dos mais importantes para o avião. E, nesse sentido, a Embraer também promete bastante versatilidade. Isso já é demonstrado no seu nome, afinal de contas, o “K” representa reabastecimento, enquanto “C”, cargas.

 
Pode trabalhar como avião de reabastecimento (Fonte da imagem: Divulgação/Força Aérea Brasileira)

O espaço para carregamentos em geral é grande: são 18,45 metros de comprimento (contando a rampa), com áreas que trazem alturas de 2,94 metros e 3,20 metros. Se a rampa de descarga não for contada, o espaço (comprimento) diminui para 12,70 metros.

Ali podem ser transportados 80 soldados ou 64 paraquedistas. Caso o avião seja utilizado em missões médicas, 74 macas e dois atendentes cabem no espaço, inclusive contabilizando-se, também, um armário para equipamentos médicos e três cilindros de oxigênio.

Se cargas “normais” forem ser transportadas, sete pallets podem ser introduzidos no KC-390. Blindados como o Patria AMV 8x8 ou LAV-25 poderão ser transportados inteiros, sem nenhuma alteração. Com isso, eles são desembarcados prontos para o combate. Se for o caso, três veículos utilitários cabem no compartimento de carga.

 
Pode levar tropas (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)

Várias outras configurações podem ser utilizadas no Embraer KC-390, como utilizá-lo no combate a incêndios florestais, por exemplo. Como dito acima, ele também trabalha como avião de reabastecimento, podendo rapidamente ser reconfigurado para tal modelo. Além disso, caso seja necessário, ele também pode ser reabastecido no ar.
Encara qualquer parada

Além de ser versátil na hora de levar tropas e cargas, um avião militar também precisa enfrentar ambientes mais inóspitos. Isso tem que ser considerado não só durante o voo, mas também na hora de o avião pousar e decolar.

 
KC-390 será capaz de enfrentar diversos percalços (Fonte da imagem: Divulgação/Força Aérea Brasileira)

Assim, o Embraer KC-390 é preparado para conseguir “operar” em pistas bastante rústicas, vamos dizer assim, trabalhando em terrenos acidentados e não pavimentados, como em um aeroporto improvisado na Amazônia ou até mesmo no gelo da Antártida. Ou seja, ele pode perfeitamente operar em “zonas de conflito”, seja evacuando feridos ou desembarcando tropas e veículos.

Para se locomover, a aeronave consegue enfrentar pistas com buracos de até 40 centímetros. O comprimento mínimo da pista de decolagem varia de acordo com as necessidades: 1.100 metros para missões táticas, 1.300 metros para atividades “normais” e 1.630 metros para o transporte logístico.
Trabalho colaborativo

Apesar de tratar-se de um projeto brasileiro e totalmente elaborado pela Embraer, o KC-390 contará com a colaboração de empresas de diversos países diferentes. Equipamentos como turbinas e radares, que ainda não contam com produção nacional, por exemplo, serão desenvolvidos em outros lugares.

 
Projeto de linha de montagem do avião (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)

No Brasil, toda a blindagem da aeronave, além de armários, equipamentos de apoio em solo e até mesmo as cozinhas de bordo, será produzida por empresas nacionais. Além disso, toda a tecnologia envolvida no avião, bem como as suas linhas de produção, será criada no Brasil.
Em busca de mercado

A Empresa Brasileira de Aeronáutica, muito mais conhecida por Embraer, é uma das maiores companhias brasileiras, principalmente quando se fala em exportação. A empresa, focada na produção de jatos civis, produz aeronaves para o mundo todo, posicionando-se entre as três maiores fabricantes do planeta.

Contudo, como dissemos logo acima, a companhia sempre tratou muito mais das demandas civis do que da produção de aviões militares. No Brasil, grande parte das aeronaves utilizadas pelo exército é importada de outros fabricantes.

 
Voando com estilo (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)
A Embraer constrói alguns caças, além de aviões de transporte pequenos e outros de reconhecimento. A boa notícia é que essa “lacuna” promete estar com os dias contados, pelo menos no que diz respeito aos aviões cargueiros.
Preço competitivo

A ideia da Embraer é trazer um preço de venda competitivo e que bata de frente com o C-130 Hercules –, mas com um custo operacional bem mais eficiente. As previsões da companhia citam que os voos da aeronave custarão aproximadamente US$ 7,5 dólares por milha rodada, enquanto os aviões em operação atualmente custam, em média, 13 dólares por milha.

Assim, toda a tecnologia investida no desenvolvimento, aliada a um custo de operação baixo e o preço de venda competitivo, faz com que o mercado potencial do avião seja imenso – principalmente em países da América Latina. Ásia, África e Europa.

 
Visão da cabine (Fonte da imagem: Reprodução/Força Aérea Brasileira)

A Embraer calcula que haja um mercado potencial de mais de 700 aviões desse porte – e muitas unidades do KC-390 podem ser vendidas para 80 países diferentes nos próximos 25 anos. Isso representa vendas no valor de 50 bilhões de dólares.
Quando será lançado?

Como o projeto já vem sendo desenvolvido há alguns anos, o seu lançamento está cada vez mais próximo. O primeiro protótipo do avião deve realizar o seu voo de testes inaugural no segundo semestre de 2014. Se tudo der certo, em 2016, os primeiros Embraer KC-390 deverão entrar oficialmente em operação.

Tec Mundo/ SoS Família Militar

General dos EUA é investigado por vazamento


James Cartwright, hoje na reserva, teria divulgado detalhes de ciberataque ao Irã em 2010

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS


Um general americano atualmente na reserva, James Cartwright, está sendo investigado pelo governo dos EUA por supostamente ter vazado informações sobre um ciberataque às instalações nucleares iranianas, informaram a rede de TV NBC e o jornal "The Washington Post".
Cartwright, general de quatro estrelas, foi vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA de 2007 a 2011 e, após deixar o cargo, passou a atuar como especialista em política de defesa.
Em junho de 2012, reportagem do "New York Times" apontou o general como um dos participantes da operação dos EUA que em 2010, usando um vírus de computador chamado Stuxnet, desabilitou temporariamente mil centrífugas usadas pelo Irã para enriquecer urânio.
A ação acabou se tornando pública ainda em 2010 devido a um erro de programação, que fez com que o vírus escapasse da central atômica iraniana de Natanz e atingisse outros alvos na internet.
No ano passado, congressistas pediram investigação criminal sobre quem havia vazado para o "New York Times" as informações sobre o ciberataque com o Stuxnet.
Na época, republicanos afirmaram que o vazamento vinha de altos funcionários do governo, para ajudar o democrata Barack Obama na sua campanha à reeleição.

SEGURANÇA NACIONAL

A investigação do vazamento do ciberataque ao Irã faz parte de uma série de medidas relativas à segurança nacional adotadas na administração Obama, que incluíram a polêmica quebra do sigilo telefônico de jornalistas da agência Associated Press.
Cartwright e seu advogado não quiseram falar à imprensa. Em 2011, o general chegou a ser investigado por "má conduta" envolvendo uma jovem assessora durante viagem à ex-república soviética da Geórgia, mas foi inocentado de todas as acusações.
O Departamento de Justiça norte-americano também não quis se pronunciar sobre a investigação do vazamento.

VIOLÊNCIA DE PROTESTOS SURPREENDE ABIN






Maíra Magro
O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Wilson Roberto Trezza, diz que a agência produziu mais de 110 relatórios sobre a Copa das Confederações e já havia detectado a possibilidade de manifestações no país meses antes dos jogos. Para cuidar dos grandes eventos, a ABIN criou Centros de Inteligência Regional em cada cidade sede, comandados por um Centro de Inteligência Nacional em Brasília. Segundo Trezza, todos os relatórios foram repassados aos governos estaduais e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
O tamanho dos protestos, porém, não foi dimensionado com antecedência, nem o grau de violência. "Inteligência não é adivinhação nem exercício de futurologia", justifica o chefe da ABIN. Ele diz não saber se a presidente foi pessoalmente prevenida dos protestos, pois a agência só se reporta diretamente GSI, por meio de seu ministro-chefe, o general José Elito Siqueira. "Não despacho com a presidenta."
Valor: A ABIN antecipou que haveria manifestações?
Wilson Roberto Trezza: Por ocasião das avaliações de risco já havíamos detectado, há meses, a possibilidade de manifestações. Tempos atrás nós alertávamos que haveria a possibilidade de manifestações desse grupo "Copa pra Quem?". Em todos os lugares do mundo onde se realizou um grande evento aconteceram manifestações, não é privilégio do Brasil.
Valor: Outros grupos já tinham sido identificados?
Trezza: Que poderiam participar de manifestações, sim. Mas essa grande manifestação surgiu principalmente de um crescimento absolutamente inexplicável e inesperado do Movimento Passe Livre. Se você me perguntasse no primeiro dia, em que 200 pessoas se reuniram, se eu seria capaz de dizer que, uma semana depois, teríamos 300 mil pessoas na Candelária [no Centro do Rio de Janeiro], ninguém seria capaz de dizer. Inteligência não é adivinhação nem exercício de futurologia, é uma atividade técnica. Você trabalha com base em dados disponíveis.
Valor: O risco de manifestações nessa proporção e com atos de violência e vandalismo chegou a ser comunicado ao governo federal?
 
Trezza: Não chegou a ser comunicado ou estimado com meses ou anos de antecedência, mas à medida que começou a acontecer o primeiro evento, a inteligência começou a perceber o potencial de crescimento.
Valor: Alguma informação foi passada à Presidência da República?
Trezza: Nós temos inteligência para uso tático e operacional, e temos a inteligência estratégica, de Estado. Esta interessa ao grande processo decisório. No nível estratégico, elaboramos relatórios de inteligência. Os dados são encaminhados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, a quem somos subordinados.
Valor: Como o GSI trata esses dados?
Trezza: O GSI difunde os dados para as áreas que têm responsabilidade sobre esses assuntos. Determinado assunto pode ser de interesse de um ou outro ministério, da Casa Civil, da Presidência da República... Vai depender da avaliação do GSI.
Valor: Como essas manifestações representam um risco político, não seriam objeto de interesse da Presidência?
Trezza: Eu posso encaminhar o relatório de inteligência para o ministro-chefe do GSI e ele entender que não precisa necessariamente entregar o relatório, ou ele pode reportar o fato à presidenta da República. Agora, se me perguntar quais dos cento e poucos relatórios que produzimos foram encaminhados ou se sentaram pra conversar, não sei dizer.
Valor: O senhor não sabe se a presidente estava a par dessa situação de dimensões inesperadas?
Trezza: Ainda que a presidenta não recebesse nosso relatório, se quatro ou cinco ministros envolvidos na questão receberem, isso será objeto de deliberação. Essas informações foram trocadas com todas as estruturas envolvidas com os grandes eventos.
Valor: Como é essa estrutura?

Trezza: Hoje temos três grandes estruturas envolvidas com os grandes eventos: a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça, que cuida de todos os aspectos voltados para a segurança pública, além das áreas estaduais e federais de segurança. Eles criaram Centros Integrais de Comando e Controle, um nacional e centros regionais para cada cidade sede.

A Defesa criou Centros de Comando de Defesa de Área, nas cidades sede, em que participam Exército, Marinha e Aeronáutica. Nós criamos um modelo semelhante, um Centro de Inteligência Nacional, na Abin, em Brasília, em que estão todos os representantes do Sistema Brasileiro de Inteligência, composto por 35 órgãos representantes de 15 ministérios, e também temos a presença de órgãos da segurança e da defesa. E criamos em cada cidade sede um Centro de Inteligência Regional, para o qual convidamos inclusive o município, como a área de trânsito, a guarda municipal...
Valor: A Copa das Confederações transformou-se em vitrine para os protestos. O que a Abin já produziu em relação à Copa das Confederações?
Trezza: Já produzimos mais de 110 documentos. A inteligência é sempre a primeira que começa a funcionar. Instalamos nossos centros no dia 15 de maio deste ano. A partir de 10 de junho, começamos a trabalhar 24 horas por dia. Durante o evento fazemos avaliação de risco "a quente".
Valor: Como foram usados esses relatórios?
Trezza: A ABIN difundiu todos os relatórios para todas as áreas de segurança e defesa. Uma das competências em relação à Copa das Confederações é elaborarmos uma avaliação de risco. De 2011 pra cá, fizemos uma média de oito para cada cidade-sede. As avaliações de risco que fizemos um ano atrás, seis meses atrás, foram encaminhadas, e em alguns casos eu estive pessoalmente com o ministro-chefe do GSI, e entregamos nas mãos dos governadores de Estado. A ABIN tem uma superintendência em cada Estado e os órgãos dos Estados foram convidados a trabalhar conosco.
"As grandes manifestações surgiram de um crescimento absolutamente inexplicado e inesperado do Passe Livre"
Valor: Que tipo de risco foi identificado?

Trezza: Temos dificuldade, por exemplo, com vias de acesso, em eventual necessidade de evacuação do estádio. De maneira geral, os estádios no Brasil não foram concebidos para os grandes eventos, alguns ficam no centro da cidade.

O que fazemos é prever todas as situações que poderiam configurar risco ou dificuldade, e sugerimos soluções para mitigar ou eliminar o risco. Levantamos potenciais vulnerabilidades das infraestruturas estratégicas, na rede hoteleira, nos trajetos percorridos pelas delegações, nos centros de treinamento, nos estádios.
Valor: Havia alguma previsão da possibilidade de vaia à presidente Dilma na abertura da Copa das Confederações, em Brasília?
Trezza: Havia. Isso aconteceu no Panamericano, já virou praxe. Mas eu acho que as pessoas estão dando uma importância muito grande para a vaia. Eu estava no estádio, o público vaiou até a seleção brasileira. Qualquer pessoa que estivesse responsável pela abertura do evento possivelmente seria vaiada.
Valor: Essa previsão foi comunicada diretamente à presidente?
Trezza: Eu não despacho com a presidente da República.
Valor: O senhor comunicou ao GSI?
Trezza: Sim, nós conversamos sobre esses assuntos durante reuniões, todo dia temos reuniões. Certamente deve ter chegado.
Valor: Há relatos de que a presidente estaria descontente com os órgãos de inteligência e de segurança.
Trezza: Eu li isso nos jornais e logicamente tentei me inteirar. Nunca me reportaram isso e ninguém nunca confirmou.
Valor: Não há desgaste?
Trezza: Quero acreditar que não. Nunca fui comunicado de qualquer tipo de desgaste.
Valor: O fato de o GSI não ter sido chamado para discutir respostas do governo às manifestações foi interpretado como sinal de descrédito, de que a inteligência do governo não funcionou.

Trezza: O que eu percebo é que a presidenta não quer envolver o gabinete pessoal nessas questões. O GSI faz a segurança pessoal, não se envolve na segurança das manifestações ao redor dos estádios. Independentemente dessa decisão tomada em nível político, o GSI é um gabinete técnico, ele não deveria necessariamente estar lá. É uma decisão da presidenta, só ela poderia dizer, mas interpreto dessa maneira.
Valor: Como a Abin monitora as manifestações?
Trezza: Temos profissionais colhendo dados por uma série de formas. Saindo à rua, através do que acontece nas redes sociais, pelo sistema [de inteligência], ou informantes. Também recebemos denúncias, até anônimas.
Valor: A Abin criou um grupo para monitorar as redes sociais por causa das manifestações?
Trezza: Que nós tivemos que montar às pressas um grupo para monitorar redes sociais? Não tem nada disso.
Valor: Tem um grupo de monitoramento permanente?
Trezza: Não temos uma área específica na Abin que passa o dia inteiro na frente do computador fazendo isso. Em cada área de inteligência, se o profissional tiver a necessidade de consultar informações nas redes sociais, ele vai lá e faz essa observação, volta e continua seu trabalho.
Valor: E-mails e comunicações privadas são monitoradas?
Trezza: A rede social se tornou hoje um espaço público de divulgação. Se olhar o que está sendo veiculado na rede é monitoramento, digo que nós fazemos. É diferente de entrar no seu e-mail, Facebook, isso nós não fazemos.
Valor: As manifestações continuarão ocorrendo?
Trezza: Pelos dados que temos hoje, continuarão. Mas amanhã, dependendo das medidas adotadas pelo Congresso e pelo Executivo, isso pode não ser mais verdadeiro. Temos previsões de grandes paralisações do início de julho até o dia 10 a 13.
Valor: O pacto anunciado pela presidente ajuda?
Trezza: Quando a presidente recebeu os, em tese, representantes dos movimentos, você percebeu que já no dia seguinte as manifestações não foram tão intensas. Mas o que não cai de intensidade, porque não depende de atender ou não os anseios da sociedade, é aquele grupo que comparece para fazer vandalismo, cometer atos de ilegalidade.
"Pelos dados que temos hoje, as manifestações continuarão. Temos previsões de grandes paralisações até 10 a 13 de julho"

Valor: Há infiltração de grupos criminosos organizados nesses protestos?
Trezza: Existem alguns informes, nos quais o grau de certeza não é absoluto, de que facções também querem se aproveitar desses movimentos para desenvolver suas ações... No Rio, a própria área de segurança e defesa percebe que a criminalidade organizada, milícias, se aproveitaram desses movimentos para desenvolver algumas atividades, atos de vandalismo, saques... Em São Paulo também. Mas se me perguntar se isso se confirmou, não posso garantir. Nosso papel é alertar sobre a possibilidade.
Valor: Qual a estrutura e o orçamento da Abin hoje?
Trezza: O efetivo é uma informação estratégica. O orçamento beira R$ 600 milhões por ano, está publicado no "Diário Oficial da União". Retirando despesas com pessoal, sobram pouco mais de R$ 50 milhões. Se você dividir por 12 meses, 26 superintendências e mais as pessoas no exterior, vê a mágica que temos que fazer.
Valor: A estrutura é insuficiente?
Trezza: Precisaríamos de uma estrutura melhor. Já trabalhei em várias áreas de governo e na iniciativa privada, e todo mundo luta para ter mais efetivo. Agora, o Brasil é o único país no mundo onde o recrutamento para a inteligência é feito por concurso público.
Valor: É um problema?
Trezza: Acho que realizamos o sonho de qualquer serviço de inteligência, o de infiltrar alguém no serviço do outro, mesmo os amigos. Como aqui trabalhamos com concurso público, basta você recrutar alguém aí fora com boa formação acadêmica e pedir que faça o concurso da ABIN.
Valor: Então há agentes estrangeiros infiltrados na Abin?
Trezza: Não estou dizendo isso. Temos uma área de contraespionagem. Toda vez que fazemos um concurso público, temos que fazer um acompanhamento, e no nosso edital está prevista uma investigação social antes da pessoa entrar. Já tivemos indícios de tentativa de aproximação de serviços de inteligência de outros países a candidatos ao concurso da Abin, mas identificamos com antecedência e não se concretizou.
Valor: A nomeação de outros funcionários do governo federal passa pela ABIN?
Trezza: As nomeações para cargos públicos, a partir do DAS-4, passam por aqui. A Casa Civil submete os nomes e fazemos [a checagem]. Mas ela não é obrigada a mandar.
Valor: Que tipo de investigação é feita, exatamente?

Trezza: Levantamos dados disponíveis sobre a pessoa, como a existência de processos administrativos ou judiciais, além de informações do Sistema Brasileiro de Inteligência.
Valor: Nos Estados Unidos, fazem um "background check" em que entrevistam até vizinhos...
Trezza: Se necessário, podemos fazer entrevistas. Mas a Abin não barra nenhuma nomeação, somente coleta os dados.
Valor: A ABIN tem quantas subunidades no país?
Trezza: Já chegamos a ter 12 e hoje estamos com cinco, em municípios considerados estratégicos: Tabatinga (AM), na Amazônia; Foz do Iguaçu (PR), por causa da tríplice fronteira; Campinas (SP), porque é um polo de desenvolvimento de indústria, tecnologia. Temos ainda uma em São Gabriel da Cachoeira (AM), uma região de fronteira; e outra em Marabá (PA), criada na época de grandes problemas com o garimpo. Há preocupações com o tráfico de entorpecentes, de armamentos, a entrada de estrangeiros, desmatamento, garimpo em terra indígena ou em outras áreas, contrabando de pedras...
Valor: E a hidrelétrica de Belo Monte?
Trezza: Todas as obras do PAC são de interesse do Estado brasileiro, e se pudermos contribuir com informações sobre algo que ameace a concretização dessas obras, produzimos relatórios de inteligência.
Valor: Os que protestam contra essas obras são monitorados, como os índios?
Trezza: Nós não fazemos monitoramento de pessoas, a não ser que esteja fazendo algo ilegal. Se eu tiver que dizer que você participou ou está promovendo uma manifestação contra a construção da hidrelétrica de Tapajós, eu vou dizer. Agora, para isso não preciso acompanhar sua vida, monitorar seu telefone, sua internet, fazer alguém se passar por outra pessoa para se aproximar de você. Às vezes, a informação é importante até pra saber com quem se comunicar, quem chamar para um diálogo.
Valor: A ABIN tem equipamentos para grampos telefônicos, como o Guardião?
Trezza: Não. Por lei, somos proibidos de fazer interceptação de comunicações e escuta ambiental. Tenho equipamento de varredura, inclusive para a própria defesa.
Valor: Como foi a operação da ABIN no porto de Suape, em Pernambuco, que teria identificado que um movimento sindical ligado ao governador Eduardo Campos (PSB) poderia fazer uma greve geral?
Trezza: É uma coisa absolutamente fantasiosa. Quem está te falando é o diretor-geral da Abin e isso não aconteceu.
Valor: Quatro agentes da Abin foram presos?

Trezza: Os quatro agentes nem estiveram no porto no dia 11 de abril. Tanto o GSI quanto a Abin emitiram notas públicas a respeito do fato. Nós temos uma postura e um valor. A atividade de inteligência, por definição, tem que ser apolítica e apartidária. Nós não temos a inteligência do PT, como não tínhamos a do PSDB, nós temos a inteligência de Estado, que está à disposição dos sucessivos governos. Fazemos questão absoluta de não ter envolvimento político.
Valor: Mas esses agentes foram ao porto de Suape alguma vez?
Trezza: Sim, já foram. Mas eles nunca estiveram no porto os quatro de uma só vez.
Valor: O que eles foram fazer?
Trezza: Infraestrutura estratégica é um dos motivos de acompanhamento estratégico da inteligência.


COPA - SEGURANÇA E VIGILÂNCIA DESDE BALÃO

Câmera instalada em Balão de Segurança irá monitorar final da Copa das Confederações

Engenheiros da ALTAVE e da IAI preparam o balão próximo ao Maracanã.

A Israel Aerospace Industries (IAI), de Israel, e a brasileira ALTAVE estarão juntas na final da Copa das Confederações, no próximo dia 30, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Um balão de segurança – desenvolvido pela ALTAVE -, com uma sofisticada câmera de vídeo e infravermelho – de fabricação israelense -, será lançado a uma altura de 100 metros sobre o estádio. O objetivo é garantir a segurança do jogo final da Copa.

O sistema, chamado de Aeróstato, ficará responsável pelo monitoramento de todo o entorno do estádio e enviará informações em tempo real para as centrais de comando e controle dos diversos órgãos envolvidos na segurança do evento. O aeróstato vai varrer uma área de 2 km de raio, durante o dia e à noite. Isso será possível por conta da tecnologia das imagens de infravermelho produzidas pela câmera da IAI. As informações captadas serão disponibilizadas para as centrais de monitoramento, auxiliando na tomada de decisão das autoridades que estarão operando no local.

A tecnologia da câmera que estará no balão da ALTAVE é a mesma usada nos sistemas de proteção de fronteiras de Israel e pode ser aplicada em diferentes operações marítimas, aéreas e terrestres, além de poder ser usada nos mais variados equipamentos, como VANT's (veículos aéreos não tripulados), helicópteros, navios, etc.

Segundo o presidente da IAI do Brasil, Henrique Gomes, a cooperação com a ALTAVE representa  mais um passo da companhia  em sua política de cooperação e transferência de tecnologia para o Brasil, e a participação nesse importante evento para auxiliar no monitoramento e segurança do público é muito importante para a empresa.

Para o diretor da ALTAVE, Bruno Azevedo, a participação em um evento dessa importância representa o reconhecimento de sua liderança como fabricante nacional de veículos mais leves que o ar e provedora de soluções integradas para a área de segurança pública. Ele também ressaltou que a parceria com a IAI marca um passo importante na absorção de tecnologias de ponta no sentido de catalisar o desenvolvimento dos produtos da companhia.

Sobre a ALTAVE -   ALTAVE é uma empresa 100% nacional, instalada no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos. Os sistemas da ALTAVE estiveram, recentemente, no Carnaval do Rio de Janeiro, em operações com os Batalhões de Choque e Operações Especiais - BOPE, da Polícia Militar, do Rio de Janeiro.

Sobre a IAI   - Com 100% de participação do governo de Israel e 17 mil funcionários em todo o mundo, a IAI desenvolve sistemas aeroespaciais e de defesa, comerciais e militares, que são exportados para mais de 50 países. A companhia, considerada a maior indústria aeroespacial e de defesa de Israel, está presente em cerca de 30 países por meio de subsidiárias. A empresa já desenvolve projetos de radares e motores com a Marinha brasileira, além da manutenção de motores para o mercado de aviação civil. Também forneceu dois veículos aéreos não tripulados para a Política Federal. 
Defesanet/ SoS Família Militar