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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Aeronáutica abre 662 vagas temporárias de nível superior

São 41 especialidades para diversas localidades do Brasil.

Os documentos exigidos podem ser entregues até sexta-feira (2).

Do G1 Vale do Paraíba e Região

A Aeronáutica abriu concurso para 662 vagas em 41 especialidades para diversas localidades do país para profissionais com nível superior. As inscrições para o processo seletivo terminam nesta sexta-feira (2).
A prova irá preencher as vagas não supridas pelos quadros de oficiais de carreira, referentes às áreas profissionais de nível superior necessárias ao Comando da Aeronáutica e, se o candidato for selecionado, pode permanecer por oito anos na Força Aérea Brasileira (FAB) na função de 2º Tenente. O salário inicial é de R$ 4 mil.
A seleção será realizada em diversas etapas, sendo elas: avaliação documental, concentração inicial, inspeção de saúde, concentração final e habilitação à incorporação. Segundo a Aeronáutica, a primeira avaliação dos documentos é de caráter seletivo, podendo classificar ou eliminar o candidato. No site da Aeronáutica, é possível ler o edital (acesse o edital).
Inscrição
O candidato deve ser brasileiro e ter menos de 45 anos até o dia 31 de dezembro do ano previsto para a incorporação.Para concorrer a vaga, é necessário que nível superior completo, em uma das seguintes áreas de formação: Arquitetura; Arquivologia; Biblioteconomia; Biologia; Educação Física; Enfermagem; Engenharia; Fisioterapia; Fonoaudiologia; História; Magistério; Museologia; Nutrição; Pedagogia; Terapia Ocupacional e Zootecnia.
O interessado pode entregar os documentos exigidos na Escola de Especialistas de Aeronáutica de Guaratinguetá (EEAR) e fica na fica na avenida Ministro Salgado Filho, no bairro do Pedregulho
A inscrição para o processo seletivo será efetivada mediante a entrega dos documentos da participação do candidato e pode ser realizada pessoalmente ou por intermédio de procuração com firma reconhecida em cartório. Os aprovados serão realizarão o estágio de Adaptação Técnico (EAT) que terá inicio no dia 21 de outubro deste ano com duração de 64 dias.
G1/ SoS Família Militar

Exército alertou prefeitura sobre risco em Campus Fidei há 3 meses

Imagem: Noticias.uol.com.br

Roberto Godoy

Há três meses o Exército levantou a possibilidade de haver dificuldades no terreno de Guaratiba em caso de chuva intensa. Segundo um oficial ligado à operação de segurança do papa Francisco, o assunto foi tratado, informalmente, em reuniões com o pessoal da prefeitura do Rio e de outras áreas - da arquidiocese inclusive.
O argumento mais forte destacava que a Força conhecia todo o terreno, onde há enormes bolsões de argila porosa, a mesma que serve à produção de produtos cerâmicos e facilita a concentração de água. 
Mais que isso, o local, uma gleba de 1,1 milhão de metros quadrados, é chamado pelos moradores do entorno de "brejão". E apropria denominação da área, Guaratiba, é sugestiva: "Guará" é uma ave de plumagem vermelha, pernalta, típica dos mangue-zais, cuja colônia - "tiba" - ocupava o Campo da Fé na primeira metade do século 20. 
Os técnicos do município destacaram que a preparação contemplava um sistema de drenagem. Disseram ainda que durante julho, mês de inverno, as chuvas são escassas e fracas no Rio. 
Os representantes da Igreja a rigor não se opuseram à escolha do local ~ a única exigência feita foi de que o local estivesse próximo de comunidades pobres, carentes de serviços públicos. 
Choveu durante quatro dias e o local dos principais eventos, a vigília e a Missa do Envio, sábado e domingo, acabou transferido para Copacabana. Mais de 3 milhões de fiéis compareceram a ambas as celebrações. 
Alívio. A decisão provocou certo alívio entre a equipe de segurança. Oficiais da Aeronáutica destacaram que a vigilância foi facilitada pela existência de infraestrutura urbana, por exemplo, o Hospital Copa D"or fica perto, na Rua Figueiredo Magalhães. Os dois drones que cuidariam da vigilância eletrônica do espaço aéreo só tiveram de alterar o plano devoo. Tropas, agentes civis e equipes especiais, como os times antiterrorismo, estavam a distância, em alerta para o caso de serem acionadas. A Força Aérea atuou com um Centro de Controle dedicado à cobertura do evento. Com a transferência de Guaratiba para Copacabana, as atribuições da Marinha cresceram. Foram mobilizadas 22 diferentes embarcações, 2 blindados anfíbios, 157 veículos e urna equipe de intervenção rápida do Grupo de Mergulhadores de Combate. 

As tropas do Exército somaram 7.738 militares. No total o contingente chegou a 14.306. O líder da Guarda Suiça destacada para a viagem do papa afirmou aos colegas brasileiros que so teve um momento de preocupação, no primeiro deslocamento de Francisco, quando o comboio foi retido na Avenida Presidente Vargas pela multidão e pelo engarrafamento dos ônibus. 
W. é um dos 110 homens que, ao entrarem no serviço do Vaticano, juram "defender com a vida a grata existência do Vigário de Cristo, o sucessor de Pedro". Fazem isso desde 1506. São suíços natos, admitidos com idade entre 18 e 30 anos. Todos solteiros, permanecem na ativa até os 55 anos. Treinados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte, são peritos, em artes marciais e tiro de precisão, com pistola Glock de desenho especial, para uso em locais abertos.

ESTADÃO/ SoS Família Militar

Brasil volta a negociar uso da base de Alcântara com os EUA


Foto: www.fapema.br

O governo brasileiro retomou as negociações com os Estados Unidos para permitir o uso da base de Alcântara (MA) pelo serviço espacial americano. As conversas, sepultadas no inicio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram reiniciadas em termos diferentes e o Itamaraty espera ter um acordo pronto para ser assinado na visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em outubro.
A intenção é abrir a base para que os americanos usem o local para lançamentos, mas sem limitar o acesso dos próprios brasileiros nem impedir que acordos com outros países sejam feitos. O governo vê a localização privilegiada de Alcântara - que, segundo especialistas, reduz em até 30% o custo de um lançamento - como um ativo que deve ser explorado, inclusive para financiar o próprio programa espacial brasileiro.
Depois de negociar com os americanos, o projeto é abrir as mesmas conversas com europeus e japoneses, entre outros. Calcula-se que um lançamento pode custar entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões.
A retomada das negociações com os americanos prevê uma espécie de aluguel do local para que os Estados Unidos possam lançar dali seus satélites. As discussões giram em tomo das condições para esse uso, as chamadas salvaguardas tecnológicas esperadas pelo governo de Barack Obama. Reticentes a dar a outros países conhecimento de tecnologias consideradas sensíveis, os americanos querem usara base, mas fazem exigências para impedir o acesso a informações, especialmente a dados militares.
As discussões vão estabelecer alguns limites, mas o assunto ainda é classificado como “secreto” pelo governo. No entanto, a hipótese de reservar áreas da base para uso exclusivo americano, como chegou a ser estabelecido no Tratado de Salvaguardas (TSA) assinado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em abril de 2000, nem sequer será considerada.
O excesso de restrições daquele tratado levou o documento a jamais ser ratificado pelo Congresso, e o acordo naufragou. Entre as exigências estava a de que determinadas áreas da base.de Alcântara seriam de acesso exclusivo dos americanos, não sendo permitida a entrada de brasileiros sem autorização dos EUA.
Inspeções americanas à base também seriam permitidas sem aviso prévio ao Brasil , e a entrada de componentes americanos em contêineres selados poderia ser liberada apenas com uma descrição do conteúdo. Além disso, o governo brasileiro não poderia usar o dinheiro recebido para desenvolver tecnologia de lançamento de satélites, mas apenas para obras de infraestrutura.
A reação foi tão ruim que o Congresso enterrou o acordo em 2002. Ao assumir o governo, em 2003, o então presidente Lula foi procurado pelos americanos, mas não quis retomar o assunto.
Com localização ideal para lançamentos, a base é considerada estratégica ; para o programa espacial brasileiro, mas até hoje é subutilizada. Nenhum satélite ou foguete jamais foi lançado de Alcântara, seja porque o Brasil ainda não conseguiu desenvolver a tecnologia para usá-la, seja porque os acordos internacionais para utilização da base até agora não deram frutos. Um teste feito há dez anos terminou em tragédia, com a explosão do foguete e 21 pessoas mortas.
Ainda em 2003, Lula fechou um acordo coma Ucrânia para desenvolvimento de foguete, o Cyclone-4. Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), foi fundada, mas até hoje e não teve grandes resultados. O Brasil investiu 43% dos recursos previstos, mas até este ano a Ucrânia pôs apenas 19%. Na visita do presidente ucraniano Viktor Yanu-kovych ao Brasil, em 2011, houve a promessa de que o processo seria acelerado, o que não ocorreu. Este ano, o chanceler Antonio Patriota foi ao país e, mais uma vez, voltou com a promessa de que o foguete estaria pronto em 2014. Seria a estreia da base, se os americanos não a usarem antes.

A VOZ DA TROPA

Integrante da UNEMFA - Kelma Costa, faz vídeo reivindicando melhorias para as Forças Armadas!



Copa 2014: Projeto de reforma do zoológico do CIGS ainda no papel


A proposta do Exército era de fazer reformas para melhorar a estrutura existente no local, que é considerada satisfatória para os animais
Para  Sérgio Citti, o valor final da obra só poderá ser estipulado quando o projeto básico estiver pronto
Para Sérgio Citti, o valor final da obra só poderá ser estipulado quando o projeto básico estiver pronto (Márcio Silva)
JÉSSICA VASCONCELOS
O projeto de reforma do zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), previsto para ser um dos pontos de visitação durante a Copa do Mundo de 2014, não saiu do papel ainda.
Segundo o secretário-executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Sérgio Citti, a expectativa era de que a reforma fosse feita até o evento, mas isso não é uma condicionante e hoje o empreendimento está em fase de contratação da empresa que irá elaborar o projeto da reforma.
Médico da Divisão Veterinária do Cigs, o capitão Carlos Palhares Neto informou que a proposta do Exército era que fossem feitas reformas para melhorar a estrutura existente no local, que é considerada satisfatória para os animais. “O que nós queríamos é que fossem feitas melhorias na acessibilidade, na estrutura elétrica e hidráulica além de lojas de ‘souvenir’ e espaço para uma praça de alimentação para os visitantes”, explicou Carlos Palhares.

Ideia prevê mudanças no ‘status’ do lugar

De acordo com o capitão Carlos Palhares houve uma conversa com as secretarias do Estado para que fossem feitos os investimentos, mas até o momento o Exército aguarda uma sinalização para saber se as obras serão realizadas.
Sobre o valor da obra, estimada em R$ 30 milhões, o técnico da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan), Roney Peixoto, informou que a reforma previa a reestruturação e a transformação do zoológico em um “espaço de estudos da sociobiodiversidade da região voltado para a visitação turística, pesquisa científica e intercâmbio de informações”.
Para Sérgio Citti, o valor final da obra só poderá ser estipulado quando o projeto básico estiver pronto. “O andamento do projeto está dentro do prazo”, garantiu Citti.
Para Carlos Palhares, o Ministério da Defesa não tem recursos para investir nas obras de reforma do zoológico e portanto espera-se que o Estado faça melhorias no local para que os turistas que visitem a cidade durante a Copa possam aproveitar melhor o ponto turístico.
“Não queremos a ampliação até por que não seria justo desmatar a área preservada dentro da cidade, o que se espera são as melhorias”, disse o capitão.

acritica/ SoS Família Militar

TRÁFEGO AÉREO – Militares da FAB trabalham a 14,1° graus negativos


DTCEA coberto de neve  CINDACTA IIEnquanto várias cidades do Sul do país ganham as páginas dos jornais com temperaturas próximas ao zero grau Celsius, os 40 militares da FAB que trabalham em Urubici, em Santa Catarina, veem seus termômetros em temperaturas bem mais baixas. Nesta quarta-feira (24/7), o Destacamento do Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) da cidade registrou uma temperatura de 14,1 graus negativos, além de neve e formação de placas de gelo. A sensação térmica estimada foi de -30°C.

Responsável por manter em operação um radar capaz de visualizar todo o espaço aéreo entre o Rio Grande do Sul e o interior de São Paulo, o DTCEA está localizado no alto do Morro da Igreja, a 1.882 metros de altitude. Todos os anos o local registra temperaturas abaixo dos 10 graus negativos, mas não nevava desde 2010. Além do frio, rajadas de vento na região podem chegar a 130 km/h.

Localizado a 160 km de Florianópolis, o morro é considerado um local turístico para quem procura uma foto em um lugar tão frio em pleno Brasil. Mas a rotina dos militares da FAB em Urubici não parece programa de férias. Diariamente, eles percorrem mais de 60 km na pequena estrada que sobe o morro para ir trabalhar. Nessa época do ano, é necessário ainda utilizar roupas especiais sobre o uniforme. Uma equipe técnica também precisa passar a noite no local, onde precisa garantir que o radar e outros equipamentos de comunicação funcionem 24 horas por dia. 

"A gente é acostumado. E é militar, não é? A missão tem que ser cumprida", diz o Suboficial Lincoln Souza da Silva, que trabalhava em Curitiba (PR) mas pediu transferência para Urubici. "É um lugar bonito. Vale a pena pela vista", conta. 

Ao lado de outros quatorze Destacamentos localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, o DTCEA de Urubici é subordinado ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), de Curitiba (PR). As operações no alto do Morro da Igreja foram iniciadas em novembro de 1987.
Fonte: Agência Força Aérea

FAB/ SoS Família Militar

domingo, 28 de julho de 2013

EUA espionaram Brasil sobre sanções ao Irã, diz revista





País foi um dos vigiados antes de votação na ONU , mostra documento da NSA

A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos espionou países-membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU em 2010 — incluindo o Brasil — antes da votação das sanções contra o Irã por causa do programa nuclear do país do Oriente Médio. O objetivo era saber como votariam os integrantes do órgão. A revelação, na edição de hoje da revista “Época” , baseia-se em documento ultrassecreto da NSA ao qual a publicação teve acesso . O esquema geral de espionagem às representações diplomáticas do Brasil em Washington e na ONU, em Nova York, já fora revelado pelo GLOBO no início do mês, em documentos secretos repassados pelo ex-analista de informações da NSA e da CIA Edward Snowden ao jornalista do “Guardian” Glenn Greenwald, também colabora-dor da “Época” . Snowden está refugiado no Aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, à espera de asilo em algum país. Desta vez, porém, vêm à tona indícios de um caso concreto. E também, contrariamente ao que garante o governo americano, que a NSA não coleta apenas os chamados metadados — informações como quem fez uma chamada telefônica, para quem fez, tempo de duração etc. — mas também obteve acesso ao conteúdo das mensagens. O documento de agosto de 2010, intitulado “Sucesso silencioso” e marcado como ultrassecreto numa categoria com proibição de exibição a estrangeiros, indica espionagem de comunicações diplomáticas de Brasil, França, Japão e México — todos membros do Conselho de Segurança naquele momento (a França em caráter permanente).

ALTERNATIVA ÀS SANÇÕES

Nos meses anteriores, os governos brasileiro e turco trabalharam por uma alternativa às sanções que permitiria ao Irã enriquecer urânio num país vizinho indicado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), provavelmente a própria Turquia. Como são necessários nove dos 15 votos — e nenhum veto dos cinco membros permanentes: EU A, Rússia, China, Rei-no Unido e França — para aprovar resoluções no CS da ONU, o governo americano não queria surpresas na votação. Alguns dos integrantes rotativos do órgão na ocasião não tinham posição clara sobre as sanções . Segundo o documento , a então embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, teria dito que a informação obtida por meio de espionagem ajudou-a a “saber quando os outros representantes permanentes (no CS) estavam falando a verdade (...) revelou sua real posição sobre as sanções (...) nos deu uma vantagem nas negociações (...) e forneceu informações sobre os limites de vários países”.

PARA MINISTRO, ‘DEPLORÁVEL ’

Os comentários feitos por Rice, atual assessora de Segurança Nacional do presidente Barack Obama, indicam que houve acesso ao conteúdo das mensagens interceptadas. E Rice não teria apenas sido informada do resultado da espionagem: ela também teria solicitado que integrantes do Conselho de Segurança não contemplados na investigação inicial fossem incluídos. “Em resposta à solicitação específica da representante dos EU A na ONU, a NSA começou a ter como alvos outros quatro países não permanentes ”, diz o documento citado pela “Época” . A votação das sanções acabou aprovada em 9 de junho de 2010 por 12 votos a dois (Brasil e Turquia) e uma abstenção (Líbano). Procurados pelo GLOBO, o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Brasil na ONU não quiseram se pronunciar . A Embaixada dos EUA em Brasília não respondeu ao questiona-mento até o fechamento da edição. Já o ministro das Comunicações , Paulo Bernardo , classificou como “deplorável” a espionagem e se mostrou decepcionado , afirmando que a atitude americana desmoraliza um ambiente como o da ONU, onde são realizadas negociações multilaterais e é fundamental a confiança. —O episódio é deplorável. As conversas eram só pró-forma — disse, defendendo a governança compartilhada na internet . Ele lembrou que o vice-presidente Jo e Biden, logo após as revelações de que os brasileiros foram espionados pelos EU A, telefonou à presidente Dilma Rousseff e convidou Brasília a enviar uma delegação a Washington para receber explicações sobre a espionagem. Também deverá vir ao Brasil uma missão de técnicos americana. (Colaboraram Mônica Tavares , de Brasília, e Isabel de Luca, de Nova York)

Brigada Paraquedista monta QG em Copacabana para segurança do Papa

Na orla, militares distribuem decálogo com dicas de segurança para peregrinos
Paraquedistas desembarcam na Escola Municipal Alencastro Guimarães, na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana, o novo QG da JMJ Foto: Vera Araújo
Paraquedistas desembarcam na Escola Municipal Alencastro Guimarães, na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana, o novo QG da JMJ  - Vera Araújo
VERA ARAÚJO
RIO - Militares da Brigada Paraquedista do Exército montaram seu Quartel General na Escola Municipal Alencastro Guimarães, na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana. Desde a manhã deste sábado, a tropa especializada tem levado equipamentos e armamento para o local que servirá de base para as ações dos militares na segurança do Papa Francisco.
A estrutura de policiamento que seria montada em Pedra de Guaratiba foi trazida para Copacabana após a transferência dos eventos para a Zona Sul, devido ao alagamento do Campus Fidei, na Zona Oeste. Cerca de 150 militares desembarcaram até as 10h na escola, com a missão de patrulhar a orla e montar a base. Como a Polícia Militar também tem se concentrado nas imediações da Praça Cardeal Arcoverde, a região virou o QG da Jornada Mundial da Juventude.
Na orla, militares também recepcionam quem chega a Copacabana. Os peregrinos são orientados a chegar à praia pelas demais ruas transversais. Além de fotografar e filmar a movimentação, eles distribuem o "decálogo do peregrino", com dicas sobre segurança e como se comportar durante o evento. Por um microfone, os militares leem o decálogo, editado em três idiomas (português, inglês e espanhol).
Quem chega pelo Túnel Novo está sendo recepcionado pela tropa da Polícia do Exercito, que formou uma barreira na Avenida Princesa Isabel. Os fiéis são orientados a entrar na Rua Barata Ribeiro e, a partir das ruas transversais, chegar à praia. Peregrinos estão chegando animados à praia e não questionam a orientação dos militares, que acabaram virando atração.
Muitos param para fazer fotos com os militares. Foi o caso de Felipe Macedo, de 19 anos, morador de Niterói.
— Eles também são brasileiros e estão aí trabalhando e dando segurança ao evento. Por isso quis fazer uma foto com eles. Para registrar este momento — disse o peregrino.

O Globo/ SoS Família Militar

Exército prepara envio de novas tropas ao Haiti


BRABAT

No ano que vem, o Brasil completa uma década de participação na missão humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, a Minustah, e mais militares serão enviados ao país caribenho. Um efetivo de 280 soldados — em sua maioria do 28 Batalhão de Infantaria Leve (BIL) de Campinas— já se prepara para garantir a ordem e prestar o apoio necessário para que a população local, que luta para se reerguer reerguer após anos de instabilidade social e política, além de um terremoto devastador que atingiu a área em janeiro de 2010, deixando cerca de 220 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados. A tropa, que viaja em novembro e permanece no exterior até junho de 2014, formará a edição de número 19 do Brazilian Battalion (Brabat) e reunirá 1,2 mil pessoas ao todo.
Uma base para organizar toda a logística da viagem já está montada no ponto onde se concentram as unidades militares de Campinas, próximo à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Ali serão programados todos os equipamentos necessários à tropa (armas, uniformes, alimentação, etc), a emissão dos passaportes especiais e a conferência das vacinas. São 12 ao todo para evitar doenças como a febre amarela e o cólera. Todo o grupo ainda vem passando por avaliação psicológica antes de carimbar a sua ida. Os procedimentos levam de seis meses a um ano para serem concluídos.
Serão enviadas nesta nova leva quatro companhias de fuzileiros, um esquadrão de Cavalaria e uma companhia de Comando e Apoio. Ao lado dos integrantes do Exército, no batalhão também haverá militares da Força Aérea, uma companhia de fuzileiros navais da Marinha e um pelotão do Paraguai. Ainda existe a possibilidade de um grupo de militares do Canadá fazer parte da Minustah.
“Nossa missão é, basicamente, contribuir com a resolução das Nações Unidas de trabalhar para a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti, propiciando que as outras forças sociais progridam e desenvolvam o País. Estamos lá para dar amparo, uma estrutura de segurança e contribuindo com a população para que a situação não descambe para uma terra de ninguém”, explica o coronel Anísio David de Oliveira Júnior, comandante do Brabat 19. “Em qualquer campo que analisarmos há muitos fatores importantes para o Brasil nessa missão. Economicamente falando é possível mostrar para a comunidade internacional os nossos equipamentos e como os soldados os operam com competência. Nesse tempo que estamos lá, nosso grupo tem conquistado o respeito de todos. Somos um caso de sucesso. A participação em Angola e no Timor Leste (outras missões de paz do Brasil na ONU) também são exemplos disso”, acrescenta o comandante.
Ainda de acordo com o coronel David, para o Exército, as ações no Haiti são extremamente positivas porque é possível treinar a tropa de forma mais efetiva, mantendo ações de logística e execução que colocam o grupo sempre de prontidão, e fornecer aos soldados uma experiência que eles jamais poderiam ter. “Além da carreira, é um benefício para a vida pessoal”, garante.
FONTE: Correio Popular via Resenha do Exército (título original: “Força da região assume missão de paz no Haiti“)

FORÇAS TERRESTRES/ SoS Família Militar

Militares reclamam da penúria da Aeronáutica

Enquanto é obrigada a transportar autoridades, FAB sofre com material obsoleto e falta de treinamentos



André de Souza, Evandro Éboli e Juliana Castro
RIO e BRASÍLIA
Enquanto políticos se esbaldam em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB), a Aeronáutica passa por delicada situação financeira, com dificuldade para tocar seus projetos. O relatório de Gestão do Comando da Força traz reclamações sobre a verba do Orçamento da União destinada ao setor em 2012. Sem falar explicitamente em sucateamento, o texto faz referência a aeronaves obsoletas e à diminuição dos estoques de material bélico.
Os militares têm se queixado de falta de dinheiro e pessoal. Tanto que até o deputado petista Nelson Pelegrino (BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, quer ouvir o ministro da Defesa, Celso Amorim, em agosto. O tema é a compra dos caças para a FAB e a situação dos 12 Mirrage 2000, cujo contrato de manutenção está prestes a ser encerrado. O programa FX-2, da Aeronáutica, está orçado em US$ 7 bilhões e prevê a aquisição de 36 caças.
- O ministro poderá esclarecer sobre o cronograma das negociações, de modo a tranquilizar o país quanto à proteção permanente do seu espaço aéreo - disse Pelegrino.
Sobre o FX-2, o Livro Branco da Defesa, que trata da situação das três Forças, diz que "o processo de seleção está concluído, aguardando a decisão governamental para prosseguir".

Treinamento deficiente
Há, ainda, problemas na formação de paraquedistas. Por falta de recursos para combustível, esse grupamento está praticando menos saltos que o necessário. No relatório de 2012 sobre o Comando Geral de Apoio (Comgap), a Aeronáutica informa que recebeu menos verbas que o necessário. O Comgap é o setor que gerencia o material aeronáutico e bélico, a infraestrutura e a capacitação de pessoal.
"A falta de recursos suficientes para atender às demandas da frota da FAB tem gerado processos de retirada controlada de itens de aeronaves estocadas, para atender a meta de disponibilidade. Há aeronaves obsoletas e de elevado custo de manutenção, cuja avaliação do custo-benefício aponta para a sua desativação", informa o relatório.
No texto, a FAB informa, ao se referir à área de Suprimento e Manutenção de Material Bélico (Sismab), que os cortes no Orçamento provocaram o replanejamento de metas, "implicando na redução da aquisição dos materiais necessários para utilização no treinamento operacional da Força" nos próximos anos.
As dificuldades foram apontadas pela Aeronáutica antes de vir à tona, este mês, o escândalo sobre o uso de aviões da FAB por autoridades. O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, usaram aeronaves da Força para viajar ao Rio a fim de assistir à final da Copa das Confederações.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou aeronave para ir a casamento na Bahia. Pessoas de dentro da FAB dizem que as viagens das autoridades reveladas na imprensa repercutiram mal na Força.
Decreto presidencial de 2002 diz que autoridades, como os presidentes do Senado e da Câmara e ministros, podem viajar em aviões da FAB por motivo de segurança e emergência médica, a serviço ou em deslocamentos para a cidade onde moram. O GLOBO pediu à Aeronáutica informações sobre os valores gastos com esses voos, mas a assessoria afirmou que os dados são sigilosos.

Faltam verbas para pesquisas
Faltam ainda recursos e pessoal para as pesquisas na área de Ciência e Tecnologia desenvolvidas em todas as Forças Armadas. A reclamação é de oficiais das três Forças, que participaram, no mês passado, de uma audiência da Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, na Câmara.
Quem mais reclamou foi o major-brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Segundo ele, havia 3.422 pessoas trabalhando no DCTA em 1994. No final do ano passado, eram 2.383, quando foi aprovada no Congresso uma lei autorizando a criação de 800 cargos, que ainda estão vagos.
- É uma situação de tal gravidade que, se nada fosse feito, nós chegaríamos a 2020 com 26% daquilo que nós tínhamos em 1994 - disse Alvani.
Ele apresentou números para apontar falta de recursos para projetos como o Veículo Lançador de Satélites (VLS) e o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM). No projeto do VLS, segundo ele, haverá um déficit de R$ 161 milhões até 2016. De 2013 a 2016, estão previstos R$ 27 milhões, diante de uma necessidade de R$ 188 milhões. No caso do VLM, fruto de parceria entre o Brasil e a Alemanha, faltarão R$ 55 milhões. De 2013 a 2017, o projeto terá R$ 50 milhões, quando são necessários R$ 105 milhões. Procurada pelo GLOBO para comentar os problemas da corporação, a FAB não quis se pronunciar.

O GLOBO, via resenha do EB/ SoS Família Militar

Militar provoca crise política na Argentina




Cristina nomeia chefe do Exército acusado de tortura e assassinato durante a ditadura
Ariel Palacios
CORRESPONDENTE / BUENOS AIRES

O governo da presidente Cristina Kirchner foi atingido por uma inédita crise política no setor de direitos humanos, área que havia sido uma das prim i pais bandeiras de seu governo. O pivô das turbulências é o general César Milani, militar de longa experiência na área de inteligência, escolhido pela presidente para comandar o Exército. Segundo denúncias, Milani, em 1975 e 1976, teria participado de sequestros, torturas e desaparecimento de civis.

A presidente, em rede nacional, respaldou Milani e garantiu seu general de confiança no posto. Cristina, em uma atitude inédita, pediu "união nacional" e criticou os que tentam jogar os militares contra os civis.

Milani, designado há um mês como chefe do Exército, é suspeito de ter colaborado com a repressão nas províncias de Tucumán e La Rioja, em 1975, na "Operação Independência", campanha realizada pelas Forças Armadas no final do governo de Isabelita Perón, para eliminar pessoas suspeitas de subversão. Na época, ele era subtenente e teria continuado com tarefas de inteligência na repressão a civis em 1976, após o golpe de Estado.

Além disso, Milani é suspeito de vínculos com os militares "carapintadas", da direita nacionalista, que protagonizaram levantes nos quartéis nos anos 80. A oposição, desconfiada da compra de uma mansão por parte de Milani, encaminhou um pedido a promotores federais para que o investiguem por enriquecimento ilícito.

Cristina pretendia promovê-lo a tenente-general, o que exigiria aprovação do Senado. Diante da resistência da oposição, ela decidiu adiar a promoção para depois das eleições parlamentares de outubro.

O escândalo começou quando líderes da União Cívica Radical (UCR), de oposição, indicaram que o militar havia integrado tarefas de repressão em Tucumán. Aliados do governo alegaram que Milani, na época, trabalhava longe dali, na Província de La Rioja. No entanto, a oposição provou que ele havia sido deslocado pelo Exército para Tucumán.

Milani é suspeito do desaparecimento do soldado Alberto Ledo, em Tucumán, em 1976, e de torturas e prisão ilegal de Ramón Olivera, em La Rioja, em 1977.

A UCR também acusa o secretário de direitos humanos, Juan Fresneda, de não ter entregado informações sobre as supostas violações cometidas por Milani no relatório preparado sobre a promoção do militar. As revelações provocaram uma crise nas fileiras do kirchnerismo, que se dividiu sobre o passado de Milani e sobre sua permanência no cargo.

Direitos humanos. O senador Gerardo Morales, da UCR, acusou a presidente de "sustentar um genocida que sequestrou e admitiu ter assinado um documento de deserção para legalizar o desaparecimento do soldado Alberto Ledo". Segundo deputados da oposição, manter Milani no comando do Exército demonstra as "duas caras do governo no que concerne os direitos humanos".


PARA ENTENDER
O assassinato de Alberto Ledo

Alberto tedo era estudante, de história na Universidade de La Rioja, militante do Partido Revolucionário dos Trabalhadores e do Exército Revolucionário do Povo. Ele tinha 21 anos em junho de 1976, quando servia as Forças Armadas em Tucumán sob as ordens do então subtenente César Milani. O soldado desapareceu e foi declarado desertor em documento assinado pelo militar, hoje chefe do Exército nomeado por Cristina Kirchner. A Justiça, argentina, entretanto, considera que Ledo foi assassinado pelo oficial por sua posição crítica à ditadura.

60 anos de guerra sem fim



ENVIADO ESPECIAL / PYONGYANG

O regime da Coreia do Norte comemorou ontem os 60 anos do fim dos combates na Guerra da Coreia - ou Guerra de Libertação da Pátria, na versão locai com uma grande parada militar e de louvação aos líderes do partido único que comanda o país. 




Paradoxalmente, o “Dia da Vitória” marca o início de seis décadas de isolamento que colocaram o país em um ciclo marcado pela penúria no plano interno e pela retórica bélica - sustentada em um arsenal atômico - na política externa.

A crise na Península Coreana começou após a 2ª Guerra e a retirada do Japão. A área foi dividida no Paralelo 38, com as forças da URSS, ao norte, e as dos EUA, ao sul. Após a Revolução Chinesa, em 1949, os comunistas invadiram o sul para unificar o país, o que ocorreu em junho de 1950. Os EUA usaram a ONU para responder e legitimar uma intervenção. A URSS boicotava o Conselho de Segurança em protesto por Taiwan ocupar o posto de membro permanente - no lugar da China - e não exerceu poder de veto. Os EUA, sob bandeira da ONU, expulsaram os comunistas e chegaram ate a fronteira chinesa. Para se afirmar e mostrar ao Kremlin que poderia ser útil, Mao Tsé-tung invadiu a península e empurrou os americanos de volta para o Paralelo 38.

Nenhum tratado foi assinado. O resultado foi a criação de uma zona desmilitarizada e o estabelecimento de dois países. Pyongyang, durante décadas sob proteção de Moscou, passou a

ser tributário da China após o fim da URSS. Com o Norte cada vez mais isolado e o rápido crescimento do Sul, nos anos 80, a disparidade entre os dois lados aumentou em praticamente todos os indicadores - a mortalidade infantil, por exemplo, é 6,5 vezes maior no Norte.

Os problemas não afetam o nacionalismo de senhoras como Kim Yon-su, de 81 anos, que tinha 18 quando começou a dirigir veículos que levavam munições para o front. Ela ocupava um lugar de honra na parada militar. “A alma dói muito. É muito triste ver que famílias se separaram, mães e filhos ficaram de lados diferentes.”

sábado, 27 de julho de 2013

Exército comandará segurança do Papa neste fim de semana

Será decretada a Garantia da Lei e da Ordem, prevista na Constituição. Copacabana receberá 7 mil militares

MARIA INEZ MAGALHÃES
Rio - O Exército terá poderes para garantir a segurança neste fim de semana em Copacabana, nos dois últimos dias da Jornada Mundial da Juventude.

Para que os militares possam coordenar a segurança do evento será decretada a Garantia da Lei e da Ordem. Nessas situações, segundo a Constituição Federal, os militares assumem a coordenação da segurança pública, como no caso de eleições, greves de polícias militares, mediante pedido dos governadores.


Papa Francisco beija criança durante passagem pelas ruas do Centro nesta sextaFoto: Efe
A operação do Exército contará com reforço da Polícia Militar para atender as ocorrências. O Exército já vinha se preparando para atuar em grandes eventos sob a perspectiva da Garantia da Lei e da Ordem. A assessoria do Centro de Coordenação de Defesa de Área do Rio divulgou a seguinte nota:

"Em virtude da mudança do local dos eventos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Guaratiba para Copacabana, o Centro de Coordenação de Defesa de Área do Rio de Janeiro (CCDA/RJ) coordenará as ações de defesa e segurança no local, nos dias 27 e 28 do corrente mês. Também, realizará a coordenação de segurança de área no local, tendo em vista a presença da Presidente da República.

As Forças Armadas atuarão na situação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), coordenando e complementando as ações planejadas pelos Órgãos de Segurança e Ordem Pública e, ainda, de outras instituições públicas não ligadas à área de segurança. O efetivo das Forças Armadas previsto para atuar em Copacabana é de 7.000 militares.

A Marinha intensificará a segurança marítima e fluvial na orla e na baía de Guanabara, particularmente o patrulhamento das cabeceiras dos aeroportos Tom Jobim (Galeão) e Santos Dumont. Empregará dois grupamentos operativos de Fuzileiros Navais, sendo um para reforçar as ações do Exército Brasileiro em Copacabana no eixo de peregrinação e outro com a missão de Força de Contingência para emprego eventual na proteção de instalação de interesse do Poder Marítimo.




O Exército coordenará as ações no eixo de peregrinação, que inicia na Central do Brasil, passa pela Avenida Presidente Vargas, pela Avenida Rio Branco e segue pelo Aterro do Flamengo em direção à Avenida Barata Ribeiro, em Copacabana. Coordenará inclusive a segurança do altar, localizado na praia, além de manter a segurança nas estruturas estratégicas. Manterá tropas para atuar como forças de contingência e também empregará tropas de operações especiais para realizar as varreduras de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), além da Prevenção, Repressão e Combate ao Terrorismo.

A Força Aérea Brasileira, por meio do Comando de Defesa AeroespacialBrasileiro (COMDABRA) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), realizará a Defesa Aeroespacial e o controle do espaço aéreo. Também disponibilizará militares para atuar como força de contingência na segurança dos aeroportos Tom Jobim (Galeão) e Santos Dumont."

O DIA/ SoS Família Militar

EUA TÊM DOMÍNIO TOTAL DA INFORMAÇÃO

Entrevista com Silvio Meira, cientista-chefe do C.E.S.A.R.

Paulo Henrique de Noronha
Silvio Meira, cientista-chefe do C.E.S.A.R., alerta que o governo dos EUA tem acesso fácil aos dados do mundo na internet e com apoio
da lei do próprio país, já que os gigantes da web – Facebook, Google e Twitter – são empresas norte-americanas. “Eles dominam esse mercado de uma forma quase total, muito mais do qualquer outra categoria na história da economia mundial”
"Os EUA mantêm o domínio da informação de forma global"
A comunidade de informática desconfiava, mas agora sabemos: estamos nas mãos dos Estados Unidos. O alerta é do engenheiro eletrônico Silvio Meira, ao analisar a espionagem da agência de segurança norte-americana (NSA) sobre o Brasil. Cientista-chefe do C.E.S.A.R. (instituto de Recife duas vezes premiado pela Finep como instituição mais inovadora do Brasil), Meira conta que praticamente tudo que fazemos na internet — emails, conversas no Skype, vídeos, fotos, posts nas redes sociais — está armazenado nos Estados Unidos. E o governo de Washington tem acesso fácil a esses dados, a hora que quiser e com apoio da lei. A lei deles, é claro, pois Facebook, Google e Twitter são empresas norte-americanas. Nunca na história do mundo, ressalta Meira, os Estados Unidos tiveram tanto poder econômico, proveniente de seu monopólio sobre a informação global. Em entrevista ao Brasil Econômico, Meira, que é PhD em Computação pela universidade de Kent at Canterbury, na Inglaterra, diz que o Brasil tem conhecimento tecnológico de nível mundial, mas nos falta competitividade para transformar inovação em negócios. “O custo Brasil para competir em tecnologia é alto demais”, sentencia.
Paulo Henrique de Noronha - Como se diz nas redes sociais, quer dizer que Obama agora sabe tudo da sua vida?
Agora, não! Agora, a gente sabe que ele sabe... Acho que a comunidade de informática imaginava alguma coisa bem parecida com isso, a gente sabia que podia ser feito, que provavelmente estava sendo feito, mas não tinha ideia da extensão da coisa. Há uns dois anos falei numa palestra que a maior obra de construção civil dos Estados Unidos era um prédio sendo construído em Utah para abrigar o data center da NSA (Agência Nacional de Segurança), uma obra estimada em US$ 2 bilhões. Então, os caras não estão brincando...
No Brasil somos quase 200 milhões de habitantes. Qual a possibilidade de um brasileiro de baixa renda que usa seu email através de uma lanhouse ter sido investigado pela NSA?
É alta, desde que ele seja o que eles chamam de uma “pessoa de interesse”. Digamos que há uma pessoa que eles acham que conversa com outras pessoas que sejam perigosas. Aí, esse cara liga para mim, e em seguida você me entrevista pelo telefone. Pronto, você, jornalista, já está no registro deles, acabou de entrar na lista da NSA. É a propriedade da transitividade. Quem interessa é todo mundo por quem as pessoas nas quais eles estão interessados se interessam. Eles devem capturar inclusive os metadados, que não é a conversa telefônica em si, mas o número do telefone que ligou, o dia, a hora, o local que a ligação foi feita. Antigamente, não dava para ficar olhando todas as cartas de todas as pessoas do mundo, o trabalho era muito grande. Agora, a gente sabe que o governo norte-americano tem isso, os governos inglês e francês têm isso também, o chinês já tem há muito tempo. É um tipo de tentativa de controle do cidadão pelo Estado, de saber o que todo mundo está fazendo o tempo todo.
A gente está diante do maior Big Data do mundo?
Exatamente. Tem muita coisa que eu perdi e que preciso recuperar, números de telefones, e-mails deletados, que deve estar tudo lá com eles. Bem que eles podiam prestar esse serviço pra gente e nos dar acesso a esses dados (rsrs). Em verdade, não estamos falando de Big Data, a quantidade de dados desses bancos é mais para Huge Data, nem eles imaginavam há 10, 15 anos, que teriam acesso a tantas informações. O que cria um baita problema. Como é que eu vou usar isso? Numa operação de um supermercado é mais fácil, porque eu sei que tenho certo tipo de cliente que compra mais cerveja em certos dias, e aí eu sei como desenhar minha cadeia de suprimentos para que tenha mais cerveja nesses dias. O varejo, hoje, é guiado por dados. Mas o que vemos nessa operação norte-americana é que ela é extremamente eficiente na coleta de dados,mas não necessariamente eficaz, porque dependerá da capacidade de processar esses dados todos. E é óbvio que muito provavelmente nem a NSA tem capacidade de processar tantos dados. Os Estados Unidos não conseguiram evitar que dois moradores em seu próprio solo, irmãos, que falavam muito entre si pela Internet e por telefone, um dos quais tinha ido a uma ex-república soviética associada à violência terrorista,mesmo com esse Huge Data não foi possível evitar que eles colocassem bombas na Maratona de Boston. Ou seja, ainda tem um rombo monumental na eficácia do uso desses dados, não é uma coisa mágica.
Qual é a dificuldade?
O negócio de intelligence consiste em você capturar a informação - de preferência sem que a pessoa saiba, para ela continuar agindo normalmente -,armazenar, processar e aí tem uma operação de sense making, de fazer aquela informação fazer sentido, ter uma utilidade. Eu olhar para trilhões de ligações telefônicas não adianta de nada, porque a maior parte das pessoas está falando coisas que não me interessam. Para criar sentido, você tem que procurar alguma coisa. Há amplas plataformas por trás desses processos de espionagem que sabem mais ou menos o que procurar, que tem teses e hipóteses a serem provadas. Tais como: “Será que na fronteira do Brasil com o Paraguai, que tem uma comunidade árabe relevante, a atividade de contrabando temo papel de financiar grupos terroristas?”. Tem que ter gente fazendo perguntas relevantes para tirar respostas úteis desse gigantesco banco de dados. Por outro lado, a tecnologia tornou isso mais fácil. Hoje, o cidadão normal olha para o Google apenas como uma caixinha para quem ele faz perguntas. Mas o programador olha para um negócio chamado API, Application Programing Interface. Nós deixamos de programar computadores isoladamente e passamos a programar a rede. O que a NSA faz? Ela começou a chupar informação diretamente das APIs do Google, do Microsoft Live, do Skype, da Apple...
Mas ela consegue fazer isso sem a colaboração dessas empresas?
Nem pensar! O NSA não consegue saber a pergunta que você está fazendo ao Google, mas o Google sabe. Ele guarda essa informação, porque usa para vender seus dados a terceiros, para esses terceiros botarem propaganda no Google. E o NSA usou um conjunto de termos legais associados à defesa e à segurança dos EUA para pedir ao Google e a outras empresas a informação que necessitam, sem precisar de autorização judicial.
Então o governo dos EUA tem base legal para fazer isso?
Tem, e essa base legal proíbe inclusive o Google e as demais empresas de revelarem publicamente que estão fazendo isso. Elas não podem nem falar sobre isso. A Microsoft e outras empresas agora estão pedindo autorização à Justiça para divulgar qual órgão pediu as informações. Essa legislação já existia antes do 11 de setembro e foi ampliada.
O Brasil tem tecnologia para construir algum firewall contra essa espionagem?
Em tese, sim. O conhecimento tecnológico que temos é pari passu como que se tem no resto do mundo. Mas há um problema: você, eu, todos temos um endereço de email do Gmail. E onde ele está armazenado? Fora do Brasil. E aí, não podemos fazer nada, porque está no território de um governo que tem suas próprias regras legais.
Então, não temos saída?
A única saída seria se houvesse serviços de classe mundial, como Gmail e Skype, feitos em países que não tivessem essa quase paranoia de capturar a informação que os EUA têm. E que esses serviços ficassem numa espécie de paraíso informacional global, similar aos paraísos fiscais do mercado financeiro, onde nossos dados estariam seguros e nenhum governo conseguisse capturá-los.

De nada adianta qualquer sistema de defesa, porque todos os principais sistemas informacionais do mundo estão nos Estados Unidos. Eles dominam esse mercado de uma forma quase total, muito mais do que em cinema, TV, automóveis ou qualquer outra categoria na história da economia mundial. Muita gente defende que a gente fragmente a Internet, “vamos colocar uma barreira aqui e daí todos os dados brasileiros têm que ficar no Brasil”. Eu sou completamente contra isso, porque isso nos privaria de serviços de primeira classe da internet que só são fornecidos por outros países. Seria como proibir que os brasileiros fizessem comunicação por Skype.
Noticiou-se que a presidência da República estava usando o gmail e decidiu para de usar...
No caso do governo brasileiro, é até possível criar algum tipo de restrição. Definir-se, por exemplo, que a partir de um determinado escalão da hierarquia os servidores públicos não poderão usar Skype. Ou criar uma rede interna, no Serpro ou outro órgão, para circular documentos potencialmente sigilosos. Ou seja, é preciso fechar todas as fontes de informação do governo dentro do próprio governo, usando seus próprios serviços. Mas é preciso uma política estratégica de segurança. Há uma avaliação recente da Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (Sefit) do Tribunal de Contas da União (TCU) que mostra que 60% de todos os órgãos da administração direta federal não têm uma política de segurança de dados. Então, você tira do Google e bota num site de governo que pode ser invadido a qualquer hora. E aí?
Empresas brasileiras também podem ter sido espionadas?
Eu não tenho a menor dúvida! Imagine quanto vale, no mercado internacional de commodities, uma informação, meses antes da colheita, da Embrapa ou dos esmagadores de soja, de que há uma praga nas plantações brasileiras. Ou que os Estados Unidos tivessem algum interesse nas empresas do grupo X, do Eike Batista. Obviamente que nos e-mails internos os dirigentes da EBX já conversavam sobre os problemas do grupo, muito antes de vir a público. Com certeza em algum lugar do grupo X tem a informação da produção de todos os poços, hora por hora. Quem soubesse antecipadamente que a produtividade desses poços era uma fração do que fora anunciada, certamente faria dinheiro com isso.
Mas alguma grande corporação internacional já poderia estar fazendo esse tipo de espionagem?
Em tese sim, mas para fazer na escala da NSA, você tem que ser a NSA. Se alguma corporação pedisse ao Google todos os e-mails da OGX, o Google não iria passar, porque eles não são loucos, há contratos legais de confidencialidade dos usuários.Recentemente a Abin (Agência Brasileira de Informação) passou a monitorar as redes sociais. Mas se dez caras criarem um grupo fechado no Facebook para planejar uma bomba na rua onde mora o governador, a Abin não consegue capturar a informação, a não ser que tenha a colaboração do Facebook. Você consegue muita informação que é pública, mas uma parte significativa, que é mais crítica, está fechada.
Então para o brasileiro, que não vive mais sem o Google e Facebook, nada pode ser feito...
Não tem jeito, mas também não precisa ficar apavorado. O que as pessoas precisam atentar é para o que dizem nos espaços públicos da internet. Eu vejo coisas absurdas sendo ditas no Twitter e no Facebook que depois essas pessoas se arrependerão profundamente. Eu escrevi no meu blog há algum tempo que as redes sociais são como uma grande mesa de bar. No bar, depois da terceira dose, você fala qualquer coisa e depois ninguém mais sabe quem disse o quê. Nas redes sociais, fica tudo escrito e guardado.
Uma das primeiras reações do governo brasileiro quando foi noticiada a espionagem da NSA foi tentar apressar a aprovação do marco civil da internet.
Isso não adianta absolutamente de nada contra a NSA... Tem um livro de um advogado norte-americano chamado Lawrence Lessig, chamado “Code is Law” (“O código é a lei”), que diz que, na prática, o que vale é o código que está rodando. Está escrito na legislação que é proibido coletar dados do cidadão,mas aí alguém escreve um código de programação que fica embutido no sistema, completamente invisível para qualquer pessoa normal e até mesmo para uma auditoria técnica específica, e passa a coletar os dados. O que a lei pode fazer em relação ao código? Posso até depois ir atrás de quem fez isso com as regras, mas aí o dano já estará feito. Milton Santos, grande geógrafo brasileiro já falecido, dizia o seguinte: “Quem detém a propriedade efetiva de um terreno é quem o opera, e não o seu dono legal”.
Mas o marco civil é importante?
É absolutamente essencial. Faz algum tempo que a gente começou a fazer leis de criminalização de condutas dentro da internet, como a Lei Carolina Dickman, sem antes ter tido uma legitimização do espaço da internet do ponto de vista do direito do cidadão. A Lei Carolina Dickman nunca deveria ter sido aprovada antes de a gente aprovar o marco civil. É o mesmo que aprovar uma lei definindo um crime antes de termos um Código Penal. Isso é o resultado de fazermos as coisas de forma atabalhoada no Brasil. Você não diz o que é o todo e começa a definir as partes, depois vira uma bagunça que ninguém vai entender.
Há algum país que seja referência em termos de marco civil?
Nenhum. A maioria dos legisladores que está tratando disso em qualquer país do mundo, hoje, não tem vivência suficiente de internet para discutir a validade de regras sobre ela. O espaço político não consegue entender em detalhes a internet. Além disso, a velocidade de evolução da web exige que você atualize as regras quase que constantemente. Mas em qualquer país é dificílimo mudar a legislação depois que ela está aprovada, principalmente se for uma legislação recente. Por isso, o marco civil tem que ser um conjunto de regras absolutamente gerais, que não atrapalhem a evolução da internet.
Já entramos na erado BigData?
Sim, o governo tem isso em grandecíssima escala, empresas, como grandes cadeias de varejo, de infraestrutura, de transportes, usam isso de forma intensa. O processo de tomada de decisões em cadeias líderes como Walmart e Zara já depende de dados há muito mais que uma década. A Zara não se tornou líder à toa, ela teve a competência no processamento de dados para desenhar sua cadeia de produção de forma distribuída, de maneira que, quando ela bota uma roupa na vitrine, se vender numa certa velocidade, ela ativa sua cadeia de produção para fabricar mais daquela roupa.

E, se não vender, ela tira automaticamente aquela roupa da vitrine e faz outra completamente diferente. E isso com uma velocidade de lançar moda praticamente uma vez por semana. O varejo brasileiro também é muito competente em usar isso. Não pense que as liquidações semanais da Casas Bahia, às vezes diárias, são definidas pela cabeça de alguém, tem dados e tem uma base por trás disso, é um processo muito sofisticado. Mas, em verdade, esse negócio de Big Data mal começou ainda. Nós ainda estamos no que eu chamo de Little Big Data. O Big Data de verdade deve demorar para começar. Por exemplo, na hora que você conectar todos os carros na rede, através de um chip em cada motor, jogando dados 24 horas por dia no sistema da fábrica sobre o funcionamento daquele motor — e esses dados forem processados de tal forma que o fabricante mande a informação para o proprietário de que ele está esticando demais a terceira marcha, e que se continuar assim ele pode perder a garantia— aí você terá cem, mil vezes mais informações para processar do que tem hoje.
O Brasil tem profissionais suficientes para o Big Data?
Sempre vai faltar capital humano em informática. Porque é “muito fácil” todo mundo tomar a decisão de se fazer alguma coisa. Se você for construir uma fábrica de automóveis, leva um ano para planejar, mais dois para construir, mais um para obter as licenças ambientais, e aí você tem tempo para treinar os operários. Em informática é diferente: eu e você somos diretores de uma empresa e decidimos que a partir de amanhã queremos que todos os dados dos caixas de nossas mil filiais sejam processados para dar uma avaliação hora por hora do que está se vendendo. Sempre é fácil pedir e ninguém imagina que há processos tão complexos em informática quanto construir uma fábrica de automóveis. A estimativa atual no Brasil é de que faltam 100 mil profissionais de informática. E daqui até 2017 a previsão é de um aumento de 50% nessa demanda.
Já declaramos o Imposto de Renda pela Internet. Seria possível, e seguro, vota o plebiscito da reforma política via Internet?
A pré-condição para você fazer o plebiscito é cultural, você tem que estar num ponto onde todo mundo entenda o que está sendo perguntado. Por que a gente não usa as redes sociais para ajudar no processo de construção de consenso, para promover uma discussão ampla, multifacetada, que é impossível de se promover em debates na televisão? Podíamos usar as redes para fazer um processo combinado de construção coletiva de conhecimento, que desembocasse numa reforma política feita por profissionais, com base nas contribuições que viessem das redes, e que voltasse para as mesmas redes para um referendo. Simplesmente chegar e propor uma reforma é uma maneira atabalhoada de dizer “Estou dando alguma resposta ao que as ruas estão pedindo”. Mas isso não é resposta nenhuma.
Você sugere que a propaganda eleitoral de rádio e TV fosse para as redes sociais, permitindo interatividade como eleitor?
Sim, mas comas proposições da propaganda eleitoral não sendo impositivas,mas sim provocativas. Por exemplo, numa semana se passaria discutindo no Facebook e no Twitter uma determinada questão, com centenas de pessoas de todos os setores discutindo o tema. As discussões políticas no Brasil são que nem discussão de futebol, ninguém muda de time. No Brasil, nós temos 75% de analfabetos funcionais, ou seja, pessoas que não têm condições de ler um parágrafo com algum grau de complexidade e conscientemente ser contra ou a favor da ideia contida naquele parágrafo.
O Brasil tem um histórico de pouco investimento em tecnologia de ponta. O país evoluiu nisso?
Se você olha para conhecimento no estado bruto, a gente está pari passu com o mundo. Mas quando se olha para a capacidade de empreendimento do mercado, aí entramos na regra de exceções: tem a Embraer, tema Gerdau, tem a Ambev e... cadê o restante? Não temos aquelas centenas de empresas inovadoras capazes de estabelecer a presença brasileira no cenário internacional. E aí se pergunta: por que? Para começar, o processo de transformação de conhecimento em negócios, de sair do ambiente acadêmico para o mundo comercial — que acontece nos Estados Unidos em grande escala e em escala crescente na China, na Tailândia e no Vietnã — esse processo requer que o país esteja preparado para competir.

O custo Brasil para competir em tecnologia é alto demais. Temos um exemplo que acho dramático: a gente internalizou a produção do iPhone no Brasil e o preço não caiu um real. O processo de transformação de conhecimento científico em negócios depende de capacidade empreendedora e investidora, depende da fluidez dos processos na alfândega, do tratamento que o país dá para investidor, depende de uma quantidade absurda de fatores. Há um indicador do Banco Mundial, Doing Business (Fazendo Negócios), que mostra a qualidade de empreendedorismo de um país. Nesse ranking, o Brasil vai de mal a pior. Em 2012 estávamos em126º lugar, logo abaixo da Bósnia-Herzegovina e logo acima da Tanzânia. Em 2011, estávamos no 120º e agora em 2013 caímos para o 130º posto, com Bangladesh em 129º e a Nigéria em 131º. Os primeiros em 2013 são Cingapura, Hong Kong, Nova Zelândia, EUA, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Coreia, Geórgia e Austrália.
Qual o diferencial deles?
Nesses países, você abre uma empresa e começa a funcionar em três dias. Eu já vi o pessoal abrir uma empresa nos EUA daqui de Recife, pela Internet, em três dias. O que acontece no Brasil? Como aqui se assume que qualquer facilidade que se der vai ser usada para o mal, como se todo brasileiro fosse ladrão, a gente vai complicando o sistema de regras, na contramão do mundo, que está evoluindo para fazer negócios de maneira mais célere. A Turquia, que tem essa série de manifestações agora lá, está em71º nesse ranking.
Mas como mudar isso?
Para termais empresas em inovação e parar de ficar citando sempre Embrapa, Embraer, Petrobras como as únicas, eu proporia que a meta fosse, em 2035, o Brasil subir para a posição nº 90 nesse ranking. É o possível. Você precisa mudar legislação trabalhista e fiscal, o tratamento ao investidor, a eficiência do Estado, dos aeroportos, a malha das estradas. Aqui nossos aeroportos fecham por causa de neblina porque não têm os instrumentos adequados. Em Moscou, onde neva seis meses por ano, o aeroporto nunca fecha. Aqui proliferam universidades corporativas nas empresas porque o cara se forma em escolas precárias e chega ao local de trabalho sem condições.

Não vamos conseguir mudar o que o Brasil faz em tecnologia se não mudarmos o Brasil. As pessoas não foram para as ruas por outras razões: é porque o trânsito não funciona, porque o governo não funciona, porque eu pago uma fortuna de imposto e tenho que botar meu filho numa escola privada. E porque agora temos informação, sabemos que nos Estados Unidos o cidadão paga menos impostos e tem serviços públicos melhores.
Você está traçando um cenário muito pessimista...
Nossa problemática é realmente gigantesca. Mas eu sou otimista à beça, continuo trabalhando muito para mudar essa coisa toda para a gente chegar a algum lugar.
Defesanet/ SoS Família Militar