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O secretário de Estado dos
EUA, John Kerry, criticou duramente ontem a decisão russa de vender um
sofisticado sistema de mísseis terra-ar para a Síria, dizendo que o
envio das armas terá "impacto negativo e profundo sobre a segurança da
regíão, especialmente de Israel. Citando fontes oficiais, jornais russos
indicaram que os mísseis S-300 não devem ser entregues ate o fim deste
ano.
"Julgamos
que (a venda) é irresponsável, considerando o tamanho e a natureza
dessas armas e seu impacto sobre a região em relação à segurança de
Israel", disse Kerry em Washington, ao lado do ministro das Relações
Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle.
Ainda ontem, a fabricante
dos jatos MIG anunciou que Damasco pretende assinar mais um contrato de
compra. Segundo a imprensa russa, uma delegação síria está em Moscou
negociando "pelo menos dez" caças de última geração MiG-29. As Nacões
Unidas e ONGs internacionais afirmam que o regime de Bashar Assad está
usando sua aviação de modo indiscriminado contra zonas civis.
A polêmica sobre o
envio de armas a Damasco ameaça reduzir as chances de sucesso da
conferência de paz de Genebra, este mês, convocada por americanos e
russos para tentar encontrar uma solução política para a guerra civil
síria.
Os
S-300 que Moscou promete fornecer a Damasco reforçariam a capacidade de
defesa da Síria contra uma eventual intervenção estrangeira ou mesmo
bombardeios pontuais de Israel No entanto, o armamento pode ser adaptado
para reforçar a capacidade balística - portanto, ofensiva - do regime
de Assad.
“Descobriremos muito rapidamente se eles (os
russos) e outros estão agindo de boa-fé”, disse Kerry, criticando também
o forte apoio do Hezbollah libanês e do Irã à Síria. “Se eles não
estiverem, o mundo saberá.”
O anúncio, no mês passado, de uma conferência de
paz sobre a Síria, feito por Kenye pelo chanceler russo, Sergei Lavrov,
foi saudado por vanos governos, incluindo o Brasil. No entanto, o regime
e os rebeldes sírios vêm impondo novas condições para o diálogo - e as
expectativas estão cada vez menores.
A Alemanha também criticou o fornecimento do
sistema de mísseis a Assad, dizendo ter discutido o assunto com o
presidente da Rússia, Vladimir Pu-tin. “Quero deixar isso absolutamente
claro: nós dissemos aos nossos colegas russos para não ameaçar a
conferência de Genebra. A entrega de armas a Assad é totalmente errada”,
afirmou Westerwelle, em Washington.
Mais violência dentro da Síria, forças leais a
Assad atacaram um comboio que levava feridos da cidade de Qusayr, perto
da fronteira do Líbano, onde rebeldes e soldados sírios - com ajuda de
militantes do Hezbollah - travam nas últimas semanas uma intensa
batalha. Pelo menos sete opositores teriam morrido no ataque de ontem,
segundo ativistas locais. Em 26 meses, a guerra civil na Síria deixou
mais de 80 mil mortos. /AP
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sábado, 1 de junho de 2013
EUA acusam Rússia de colocar Israel em perigo ao armar regime sírio
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