Israel indicou, nesta quinta-feira, que o Irã "está mais perto do que
nunca" da bomba atômica, após a Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) anunciar que o governo iraniano começou a instalar centrífugas
mais modernas em uma de suas zonas nucleares. Em um comunicado, o
gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
definiu como "grave" o documento da AIEA, pois o Irã agora "está mais
perto do que nunca de obter material enriquecido para uma bomba
atômica".
O documento "prova que o Irã continua avançando
rapidamente em direção à linha vermelha que o primeiro-ministro traçou
em seu discurso nas Nações Unidas", insistiu o comunicado.
Em
discurso na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2012, Netanyahu
reivindicou a criação de uma "clara linha vermelha" para determinar até
onde o Irã podia ir em termos nucleares sem desenvolver a bomba atômica.
Traçando com uma caneta vermelho uma linha sobre o desenho de uma bomba
prestes a explodir, ele garantiu que o Irã dispunha até então de 70% do
que seria necessário para o enriquecimento de urânio em nível militar
e, que no verão, já teria condições de possuir o material requerido para
fabricar uma primeira bomba.
Este tema será "o primeiro" que
Netanyahu abordará com o presidente americano Barack Obama, que é
esperado em Israel em março, segundo o comunicado.
Em um
relatório publicado nesta quinta-feira, a AIEA apontou que o Irã começou
a instalar centrífugas mais modernas, no início de fevereiro, em suas
instalações de enriquecimento de urânio de Natanz. O enriquecimento está
no centro do conflito entre o Irã e as grandes potências, que suspeitam
que o país pretende enriquecer urânio até 90%, nível necessário para
fabricar uma bomba atômica, o que as autoridades iranianas desmentem.
O Irã afirmou que só pretende enriquecer para fins civis - até 5% para
produzir eletricidade e 20% para alimentar seu laboratório de pesquisa
nuclear - e reivindica seu direito de enriquecer urânio como signatário
do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Fonte: AFP
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