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quarta-feira, 6 de março de 2013

Analistas: sucessor de Chávez não deve ter a mesma influência na região

Chávez sustentou o regime castrista em Cuba e estendeu a "revolução" pela região, revitalizando a integração latino-americana
 
A morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nesta terça-feira deixa a América Latina sem seu principal líder regional, e a esquerda, em particular, perde seu maior representante atual, desde que o cubano Fidel Castro se afastou do poder em 2006.
Graças aos lucros obtidos com a comercialização do petróleo venezuelano, principalmente durante a primeira década do século XXI, quando os preços dos barris eram muito altos, Chávez sustentou o regime castrista em Cuba e estendeu a "revolução" pela região, revitalizando a integração latino-americana.
Apesar de sua postura ter gerado conflitos, especialmente com Estados Unidos e Colômbia quando esses países eram governados por George W. Bush e Álvaro Uribe, respectivamente, a sua ausência cria um grande vazio na liderança da região.
Apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando estava no poder, chegou perto de alcançar a popularidade e a representatividade do esquerdista venezuelano.
O analista argentino Rosendo Fraga afirma no artigo "Perspectivas da América Latina em 2013" que, mesmo que ganhe as eleições, o vice-presidente Nicolás Maduro "dificilmente terá a mesma capacidade de liderança regional que Chávez mostrou".

O cientista político colombiano Fernando Giraldo compartilha da mesma opinião: "o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e o vice-presidente, Nicolás Maduro, no plano interno, possuem força suficiente para assumir as rédeas do país, mas além das fronteiras não têm condições de substituir Chávez".
Segundo Giraldo disse à agência EFE, "em curto prazo não se vê um líder com o carisma de Chávez que possa assumir um governo que represente o socialismo do século XXI".
No entanto, lembra que existem figuras de destaque dentro da "esquerda moderada que têm um importante papel na região", como Lula e a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, mas apenas se voltassem ao poder.
No caso dos presidentes Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Daniel Ortega (Nicarágua), aliados de Chávez, Giraldo afirma que cada um tentará assegurar a própria liderança em "cenários como a Alba e a Unasul".
Pouco antes da morte de Chávez, o ex-chanceler da Bolívia Armando Loayza previu que a ausência do presidente venezuelano representaria um "enfraquecimento" para a Bolívia e também para os blocos que impulsionou, como a Aliança Bolivariana (Alba), a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Era "um caudilho muito forte" e não acho, disse Loayza, que seus sucessores "tenham o poder político, diplomático e econômico que ele administrava".
Com relação ao Brasil e à Argentina, vários analistas acreditam que a falta de Chávez não terá a mesma repercussão que outros países mais dependentes, econômica e politicamente, da Venezuela.
"Esses dois países têm um discurso político e um motor econômico autônomo, por isso a ausência de Chávez não influi diretamente sobre eles, a não ser no que diz respeito aos sentimentos de tristeza e pesar devido à perda de um amigo", avaliou o analista político colombiano Carlos Hernández.
"Para mim, parecem exageradas as versões de que a ausência de Chávez terá reflexos em toda a América do Sul, onde quase todos os governos são de centro-esquerda e foram escolhidos por razões estritamente nacionais, e não pela influência do líder venezuelano", garantiu a analista brasileira Tereza Cruvinel.
Segundo o analista político colombiano Alfredo Rangel, o futuro do movimento bolivariano tanto na Venezuela como nos países para os quais Chávez levou sua ideologia "é incerto, e naqueles que se beneficiaram desse modelo será gerado um clima de instabilidade econômica e política".

Nos últimos anos, Chávez começou a perder protagonismo na região, em parte por sua doença, que o obrigou a reduzir seu frenético ritmo, e também porque novos líderes que seguem modelos próprios chegaram ao poder.
"É o caso da presidente brasileira, Dilma Rousseff, e do líder peruano, Ollanta Humala, que se distanciaram de Chávez", implementaram planos de governo de centro-esquerda e até o momento foram bem-sucedidos em seus países, acrescentou Rangel.
Sobre o futuro da direita latino-americana perante a ausência de seu maior oponente, o especialista afirma que tudo continuará igual, "pois antes que se soubesse da doença de Chávez, o chavismo já estava muito desprestigiado".
As dúvidas também pairam sobre o futuro da Petrocaribe e da Alba, que, na opinião de Fernando Giraldo, dependerão "dos recursos que a Venezuela continuar disponibilizando", caso contrário, "esses dois blocos não durarão mais de quatro anos".
Já o argentino Rosendo Fraga garante que diante de "mudanças políticas na Venezuela se veriam muitas consequências na região, como a desarticulação da Alba e a configuração de um cenário econômico difícil para Cuba e Nicarágua, países que recebem petróleo a baixo preço" da Venezuela.
"Chávez tratou de reviver um comunismo desprestigiado e seu apoio a vários países se baseou sempre na forte ajuda econômica que fornecia. Sem isso, seu projeto político na região fica debilitado", conclui o analista colombiano Carlos Hernández. Fonte EFE

Arsenal de Guerra do Rio entrega mais 20 Morteiros Pesados 120 mm

Em 27 de fevereiro, o Arsenal de Guerra do Rio, Arsenal D. João VI, entregou à Força Terrestre (FT) mais 20 Morteiros Pesados 120 mm Raiados.
Este lote de morteiros pesados 120 mm completa, com total êxito, a produção do Arsenal de Guerra do Rio do ano de 2012, totalizando 90 unidades entregues à Força, os quais mobiliarão várias Organizações Militares das Armas de Infantaria, Cavalaria e Artilharia, aumentando o poder de fogo e a operacionalidade da FT.
O Morteiro Pesado 120mm Raiado é um armamento desenvolvido e fabricado pelo Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro, sendo composto de três partes principais: tubo-canhão raiado, reparo com trem de rolamento e placa-base. Utiliza qualquer tipo de munição 120 mm para morteiros de alma lisa ou raiada de padrão internacional. Com munição pré-raiada e propulsão adicional, atinge cerca de 13 km de alcance. Fonte: Defesa Net

 

TOCANTINS - PM/TO iniciou contratação de reservistas das FAs

Para “reforçar policiamento”, PM seleciona reservistas das Forças Armadas; remuneração prevista é de dois salários mínimos. Período de contrato é de um ano, podendo ser estendido até de 33 meses

A Polícia Militar (PM) iniciou nesta segunda-feira, 4, a seleção de reservistas das Forças Armadas interessados em fazer parte do Serviço de Interesse Militar Voluntário (SIMV).

De acordo com o comandante geral da PM, coronel Luiz Cláudio Gonçalves Benício, o objetivo das contrações é reforçar o policiamento e prestação de serviços a órgãos públicos.

“Eles também serão aproveitados em funções administrativas e seguranças a estabelecimentos públicos estaduais, por exemplo, tribunais e fóruns. Os contratados irão desempenhar estas atividades, enquanto o nosso pessoal irá para as atividades fins”, disse o coronel.

O serviço, aprovado por lei no dia 20 de dezembro de 2011, prevê que os reservistas façam, sob orientação da Polícia Militar do Tocantins, o trabalho de proteção à comunidade.

Conforme o coronel, não há limite de vagas. “Estamos aguardando a voluntariedade. Estamos precisando de muitos voluntários”, enfatizou o militar.

Os interessados devem entregar seus currículos à Comissão Multidisciplinar de seleção, no Quartel do Comando Geral da PM, localizado na Quadra 304 Sul, entre 12h30 e 18h30.

A seleção é aberta para todos os reservistas com idade até 25 anos. A remuneração prevista é de dois salários mínimos [R$ 1.356], mais auxílio alimentação e transporte que corresponde a R$ 150.

O período de contrato é de 12 meses, podendo ser estendido, de acordo com a necessidade da Polícia Militar, até o limite máximo de 33 meses.

MPE move ação contra governo para impedir a contratação de reservistas pela PM: "É um absurdo substitutivo do concurso"

Segundo o MPE, só é admitido voluntariado na PM para serviços administrativos, de saúde e de defesa civil

Sargento e soldado são presos em Campinas, suspeitos de vender munição desviada do Exército

Militares são presos suspeitos de negociar armas com quadrilhas de SP
Sargento e soldado de Campinas negociavam com criminosos por SMS.
Polícia desconfia que eles vendiam material para explosão de caixas.

Dois militares de Campinas (SP) foram presos, nesta quarta-feira (6), suspeitos de desviar armas e munição do Exército e vender o material de uso restrito a traficantes e quadrilhas de roubos a caixas eletrônicos. De acordo com o Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) de São Paulo, o sargento e o soldado abasteciam bandos que atuavam em todo o interior do estado.
Segundo a polícia da capital, a polícia do Exército deu voz de prisão aos dois quando eles chegavam para trabalhar no 28º Batalhão de Infantaria Leve de Campinas. Na casa do sargento, os policiais encontraram grande quantidade de munição.
Durante as investigações, agentes do Deic acompanharam por um mês a ação dos militares junto aos criminosos. Em uma das transações, os suspeitos teriam vendido mil balas de fuzil para traficantes de Campinas.
Segundo a polícia, com a autorização da Justiça, foram interceptadas mensagens de texto do celular de um dos suspeitos. Em uma delas, ele oferece uma pistola nove milímetros e, em seguida, dá o preço: R$ 4,3 mil. “Só não se vendeu porque eles acabaram sendo presos antes dessa compra acontecer”, disse o delegado do Deic Antônio de Olim.
O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante da 11ª brigada de infantaria leve, informou que o Exército abriu um processo interno de investigação para apurar, em paralelo, a suspeita de desvio de armas e munição da corporação.
“Nós vamos investigar se existe desvio de munição militar. Mesmo que seja um cartucho ou dois. É nossa obrigação abrir o inquérito de investigação militar. Houve uma quebra da ética militar, que enseja um julgamento no tribunal de ética e a expulsão dele. Ele não pode permanecer mais como militar, vestir a mesma farda”, disse.
O sargento foi indiciado por formação de quadrilha e porte de munição e vai ficar preso num quartel em Osasco. Já o soldado foi indiciado por formação de quadrilha e a polícia deve pedir a prisão temporária dele nesta quinta. Até que isso ocorra, ele permanecerá recolhido ao quartel.
Fonte:G1/montedo.com

segunda-feira, 4 de março de 2013

Fábricas de helicópteros - Apesar da crescente demanda, o mercado talvez não comporte

 

O Brasil já tem uma fábrica de helicópteros e pode ganhar outras duas. Apesar da crescente demanda militar e do pré-sal, o mercado talvez não comporte

No mezanino, um salão amplo e retangular, sem divisórias, abriga dezenas de estações de computadores. As poucas cabeças brancas contemplam, organizam, o movimento da maioria de jovens. Lá embaixo, na linha de produção, a cabine de um helicóptero espera sua vez. Demorará alguns meses até a aeronave estar apta a voar, mas a carcaça depenada e sem pintura tornou-se motivo de orgulho para os trabalhadores imersos nos terminais na parte superior.

O EC725 de número 24 representa o ponto de inflexão da montagem dos 50 helicópteros encomendados pelas Forças Armadas Brasileiras ao custo de 1,8 bilhão de euros (cerca de 6 bilhões de reais). O acordo prevê a transferência de tecnologia e um índice de 50% de nacionalização das peças, porcentual a ser alcançado ao longo da produção. Grande parte dos recém-formados engenheiros e projetistas instalados no mezanino deve seu trabalho a esse projeto. Quando os últimos helicópteros forem entregues, em 2020, e os primeiros voltarem à pequena Irajubá para a manutenção, e tiverem peças substituídas, o índice será plenamente atingido em todas as aeronaves. "Esse helicóptero (número 24) é o mais cru, o menos completo que chegou da fábrica francesa. Todo o resto será feito aqui, inclusive os testes de voo", explica Eduardo Marson, presidente da empresa.

O contrato com as Forças Armadas abriu uma nova perspectiva para a Helibrás e para a produção de helicópteros no Brasil. Hoje uma associação entre a majoritária Eurocopter, consórcio franco-alemão, o governo de Minas Gerais e investidores privados brasileiros, a companhia nasceu em 1978 incentivada pela ditadura e com o objetivo de produzir aeronaves 100% nacionais, nos moldes da Embraer. O fim do regime e a crise econômica dos anos 1980 adiaram os planos. Nas duas décadas seguintes, a empresa viveria de encomendas militares esporádicas, da manutenção dos aparelhos e das vendas do Esquilo, o mais popular helicóptero entre as polícias estaduais e também entre empresários e celebridades nacionais.

O EC725 e sua versão civil, o EC225, cujo principal mercado tende a ser o transporte de passageiros para as plataformas de petróleo em alto-mar, capacitarão a empresa a finalmente realizar o sonho de sua criação. "A terceira etapa desse projeto é um helicóptero brasileiro que integrará o portfolio mundial da Eurocop- ter", promete Marson. "Da primeira à última fase, tudo será desenvolvido no País."

Para atender os antigos clientes, cumprir o cronograma com as Forças Armadas e projetar a aeronave nacional, a Helibrás fez um investimento inicial de 420 milhões de reais e pretende triplicar o número de funcionários. Em 2009 eram 260. Em 2015 serão quase mil, entre eles, centenas de engenheiros e projetistas altamente qualificados. "Contratamos, em média, quatro funcionários por semana nos últimos anos. E manteremos o ritmo pelos próximos", afirma Marson.

O potencial dos mercados civil e militar no País tem despertado o interesse de concorrentes. Em janeiro deste ano, a Embraer anunciou a disposição de montar uma joint venture com a italiana AgustaWestland, do polemico grupo Finmeccanica. Um mês antes, a Odebrecht informou sobre a assinatura de um memorando de intenções com a estatal Russian Technologies para produzir equipamentos militares, helicópteros inclusive.

Além do aumento dos gastos de defesa, a demanda das empresas que operam nos campos de petróleo em alto-mar explodirá. Em uma década, o transporte anual de passageiros realizado apenas pela Petrobras saltará de 600 mil para 1,5 milhão, segundo as previsões. Seria preciso, no mínimo, dobrar a frota atual. Somem-se ao cenário a promessa do governo federal de manter o plano de modernização da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, as encomendas das polícias estaduais e os gastos dos novos milionários. A Helibrás, por exemplo, instalou um escritório de vendas no Nordeste para atender aos pedidos dos empresários que surfaram no explosivo crescimento econômico da região na era Lula.

Entende se a euforia, mas o que os especialistas se perguntam é se o Brasil comporta três fábricas de helicópteros. Ou se o "excesso" de produtores não impediria o mais importante avanço tecnológico em curso: a produção de um helicóptero 100% nacional. Nâo há país no mundo com tantos fabricantes em seu território. Nos Estados Unidos, de longe o maior mercado, existem dois.

Tal competição acirraria a disputa por uma mão de obra extremamente escassa e de difícil formação, o que pressionaria os custos de produção, e por recursos igualmente limitados e geralmente concentrados nas mãos do poder público. Nesse ambiente, importar helicópteros talvez seja um grande negócio, mas desenvolvê-los internamente, nem tanto.

"Ao olhar para os contratos possíveis na área de defesa ou para as oportunidades no setor de óleo e gás, não vislumbro como poderíamos ter três fábricas aqui. Ou mesmo duas. Obviamente, as empresas são experientes e vão fazer os cálculos para saber se compensa ou não" afirma Jairo Cândido, diretor do Departamento de Defesa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Segundo o empresário, a necessidade do setor de óleo e gás restringe os modelos viáveis de helicópteros. Como as plataformas serão instaladas distantes da costa e em mar aberto, as aeronaves precisam ter capacidade de transportar um número razoável de passageiros e autonomia para voar longas distâncias.

Para a Embraer, o potencial de vendas justifica novos investimentos. "Estudos preliminares mostram um mercado importante para helicópteros bimotores, de médio porte", informa a companhia por e-mail. "A presença de outras empresas no setor (iria) reforçar a capacidade do Brasil nessa área."

Obviamente, não é o que pensa a Helibrás. "É louvável o interesse do País em atrair investimentos externos. Mas isso não pode ser feito a qualquer custo. A demanda vai crescer? Vai. Mas o que isso representa? No caso do 725 e do 225, falamos de 150 helicópteros ao longo de muitos anos, para uso civil e militar."O mercado aeroespacial está longe de ser o paraíso da livre concorrência. Ao contrário. Seu desenvolvimento está intimamente ligado às estratégias dos Estados Nacionais. A produção é complexa, o número de fornecedores é limitado e as indústrias em geral dependem das compras governamentais e dos financiamentos de bancos públicos. O consumo civil cresce na esteira das en¬comendas de defesa. No Brasil, a carteira de empréstimos do BNDES para o setor soma cerca de 8 bilhões de dólares e tende a aumentar.

Decisiva no sucesso ou no fracasso a dos empreendimentos no setor, Brasília parece, por ora, alheia ao assunto. Ou ao menos deseja transparecer um rela¬tivo distanciamento. "A notícia de novas fábricas é ainda um assunto restrito a negociações privadas nas quais não interferimos. Até o momento, de ação pública, há a compra dos 50 helicópteros da Helibrás", afirma Mauro Borges, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi), subordinada ao Ministério do Desenvolvimento. "A política, de qualquer maneira, é clara. O principal instrumento de incentivo são as margens de preferência nas compras governamentais. Mas, para ser incluído, qualquer fornecedor precisa cumprir as exigências de conteúdo nacional."

No Ministério da Defesa, a ideia de mais uma fábrica de helicópteros no Brasil não é vista, em princípio, como ruim, embora as Forças Armadas considerem embrionário o plano da Embraer. Uma fonte do ministério explica: o setor militar tem necessidades distintas. Uma das versões do EC725 da Helibrás, adaptada a pedido da Marinha, será equipada com mísseis, o que permite ataques a navios (não a submarinos). A maioria dos helicópteros servirá, porém, para transporte de tropas. As forças, diz a fonte, precisam também de aeronaves de combate com outras características.

Nesse caso, querer e poder são verbos inconciliáveis. O Orçamento da Defe¬sa subiu de 45 bilhões de reais em 2009 para 65 bilhões em 2012, mas continua aquém do necessário e abaixo dos gastos dos demais BRICS (1,5% do PIB ante 2,4%, em média, na China, Índia, Rússia e África do Sul). Em um país em busca de dinheiro para construir aeroportos, estradas, ferrovias e escolas, fica difícil imaginar que os investimentos, embora crescentes, alcancem em curto espaço de tempo o patamar das outras economias emergentes. Sob qualquer ótica, a disputa se dará por migalhas.

O mercado de defesa tornou-se um nicho importante de negócios para a Embraer e uma maneira de compensar a redução de encomendas no se¬tor civil provocada pela crise financeira internacional. Na quarta-feira 27, a empresa anunciou a venda para a Força Aérea norte-americana de 20 Super Tucanos, um avião de treinamento e ataque leve, seu modelo de maior aceitação no exterior. O contrato soma 427 milhões de dólares. Ate setembro de 2012,1 8% do faturamento de 8,2 bilhões de dólares da Embraer veio de vendas militares. "É uma vitória da industria nacional", declarou Celso Amorim, ministro da Defesa, sobre o contrato com os Estados Unidos.

Além dos Super Tucanos, já consolidados, a companhia de São José dos Campos (SP) desenvolve um avião cargueiro por encomenda das Forças Armadas Brasileiras. Faria sentido apostar nos helicópteros? "A empresa deve se perguntar quais os riscos e as van¬tagens de entrar em uma área de negócios na qual não possui expertise" avalia Cândido, da Fiesp.

A própria Embraer tem sido cautelosa desde o anúncio da parceria em janeiro último. Talvez a causa seja a confusão em que se meteu o futuro sócio italiano. Em meados de fevereiro, o presidente da Finmeccanica, Giuseppe Orsi, foi preso na Ilália. O grupo é acusado de pagar propina ao governo da Índia em troca de um contrato de 560 milhões de euros por 12 helicópteros da Agusta.

O escândalo resvala no Brasil: as testemunhas, ex-funcionários do grupo, disseram à Justiça que o ex-minístro da Defesa Nelson Jobim receberia 11% de suborno se o País comprasse 11 fragatas italianas pelo valor de 5 bilhões de euros. Pelos cálculos, o capilé negociado pelo ministro seria de 550 milhões de euros, mais de 1 bilhão de reais. Se verdadeiro, seria um esquema de proporções faraônicas. A transação envolveria um reconhecido escroque, Valter Lavitola, "homem de confiança" do ex- premier Silvio Berlusconi, e o então ministro de Desenvolvimento italiano, Cláudio Scajola. Lavitola organizou um bunga-bunga durante a visita de Berlusconi a São Paulo.

A compra só não se concretizou, dizem as testemunhas, por causa do embaraço diplomático causado pela decisão do governo brasileiro de não extraditar o assassino Cesare Battisti. Jobim nega as acusações. A Embraer informa que aguardará o desfecho dos recentes acontecimentos, enquanto analisa as condições para a joint venture.

O memorando de intenções entre a Odebrecht Defesa e a estatal russa foi firmado em dezembro passado. Não se sabe ainda como o acordo evoluirá, mas ele se integra a um esforço de aproximação recente entre os dois países. No fim de 2012, Dilma Rousseff visitou Moscou. Em fevereiro, o primeiro ministro Dmitri Medvedev retribuiu a visita e esteve em Brasília. O assunto helicóptero não constou da pauta, mas o Palácio do Planalto acertou a compra de três baterias antiaéreas russas por cerca de 800 milhões de euros. Os milit ares queriam sete. O Brasil tem uma demanda específica com a Rússia: quero fim dos embargos à carne nacional, mercado avaliado em 1,5 bilhão de dólares por ano.

O governo nega o objetivo de trocar a exportação de carne pela importação de armamentos. Diz que a compra era ne¬cessária, que essas baterias antiaéreas foram bem avaliadas pelas Forças Armadas e que o acordo incluiu exigências de conteúdo nacional. Os caminhões sobre os quais ficarão as baterias, informa uma fonte, serão produzidos pela Avibras. Essa mesma fonte definiu assim a vulnerabilidade do sistema de defesa nacional: se um avião inimigo quiser voar ate Brasília e lançar uma bomba no Palácio do Planalto, não encontrará resistência.

É uma justificativa plausível. Mas permanece no ara impressão de que o Brasil opta mais uma vez por comprar máquinas e vender commodities, em desfavor do próprio avanço tecnológico.

Helibras está mais perto do primeiro projeto nacional

A engenharia brasileira está participando da integração dos sistemas elétricos e dos sistemas de armas e autoproteção dos helicópteros EC-725, fabricados pela europeia Eurocopter, controlada pela EADS. Para quem não é tão familiarizado com o setor de aviação e de defesa, pode parecer pouco, mas coloca o país no rumo de conseguir projetar, no curto prazo, uma aeronave totalmente brasileira.

Controlada pela Eurocopter, a Helibras está fazendo a aproximação entre a engenharia nacional e os centros de desenvolvimento do grupo na Europa.

No começo do ano, o centro de engenharia da companhia instalado em Itajubá (MG), onde a Helibras tem sua fábrica, recebeu o certificado Design Authorized Organization Certificate, que o coloca no mesmo nível dos outros três centros do grupo, instalados na França, Alemanha e Espanha.

A equipe brasileira é responsável pelo desenvolvimento no Brasil de parte dos 50 helicópteros comprados pelas Forças Armadas do país, em um contrato avaliado em € 1,9 bilhão. São 16 aeronaves para cada uma das três armas e dois para a Presidência da República.

A meta é atingir um índice de 50% de nacionalização até 2015, compromisso assumido pela empresa com o governo brasileiro. As duas primeiras entregas estão marcadas para 2015.

"Estamos trabalhando com o estado da arte em termos de ferramentas de integração de sistemas e capacidade para absorver os domínios de engenharia que ainda faltam para conceber o helicóptero brasileiro, que fará parte da gama de produtos da Eurocopter", afirma Walter Filho, chefe do centro de engenharia. Incluindo as empresas e universidades parceiras, o número de engenheiros no processo já passa de 100.

O primeiro protótipo do projeto de integração do sistema de armas e de autoproteção já foi instalado e deve passar pelo processo de certificação. Segundo Filho, esse sistema será instalado na versão naval do 725, que ainda não existe na Eurocopter. "A Helibras será responsável por esse projeto." O modelo que será entregue para a Marinha é diferente dos helicópteros vendidos para o Exército e a Aeronáutica.

O programa de desenvolvimento dos helicópteros conta com 21 projetos de cooperação industrial e outros sete de transferência de tecnologia. Incluem as áreas de estruturas primárias de compósitos e engenharia de integração de sistemas.

Para atender todo esse volume de trabalho, foram fechados 16 contratos com empresas brasileiras de serviços, logística e fabricantes de subconjuntos aeronáuticos. "O conhecimento gerado pelo projeto não ficará só na Helibras. Universidades, como o ITA e a Unifei [Universidade Federal de Itajubá], e empresas vão compartilhar esse conhecimento", disse Eduardo Marson, presidente da Helibras.

A Akaer e a Inbra Aerospace estão entre essas empresas. A Akaer participa do trabalho de customização dos sistemas dos helicópteros e do projeto de instalação de equipamentos e tem oito engenheiros e técnicos trabalhando dentro do centro de engenharia da Helibras. A Inbra é responsável pelo desenvolvimento da estrutura intermediária em material composto, ou seja, o conjunto que une a cabine ao cone de cauda da aeronave.

Já a Unifei espera a definição dos governos federal e de Minas Gerais para a construção do Centro Tecnológico de Helicópteros (CTH), um investimento de R$ 200 milhões. Independente do CTH, a universidade criou um curso de graduação em engenharia mecânica Aeronáutica, com ênfase em helicópteros, e a partir de 2014 terá um programa de dupla diplomação na França para estudantes brasileiros desse setor.

Alguns dos ex-alunos da Unifei já estão envolvidos diretamente no projeto. É o caso da engenheira Erika Melo, que com apenas dois anos de formada já comanda uma equipe de cinco engenheiros dedicada à integração dos sistemas elétricos.

Todas essas iniciativas respaldam a previsão feita, em outubro, pelo presidente mundial da Eurocopter, Lutz Bertling. Em visita ao Brasil para inauguração das novas instalações da Helibras, o executivo disse que o grupo acredita a engenharia brasileira estará preparada para projetar e lançar no mercado o primeiro helicóptero nacional por volta de 2020.


Índia - Produção sob licença de T-90S russos

A Índia está interessada em continuar a produção sob licença de carros de combate russos T-90S, comunicou Oleg Sienko na recente feira de armas IDEX 2013, diretor-geral da corporação Uralvagonzavod que é o principal parceira do contrato russo-indiano de carro de combates.

Após demonstrar suas demostrações nas provas dinâmicas de Abu Dhabi, o veículo russo T-90S ganhou muitos elogios dos especialistas.

O T-90S tem uma torre modernizada que conta com um novo sistema de controle automático de fogo, um canhão mais preciso de 125 mm e uma metralhadora operada remo. O sistema inovador de defesa dinâmica garante um nível muito mais elevado de proteção contra os mísseis guiados antitanque e armas de alta precisão, assim como contra as minas e explosivos improvisados (IED). Além disso, o equipamento de observação panorâmica correlacionado com o sistema de controle automático de fogo possibilita detectar, identificar e destruir alvos quando o carro de combate está em movimento ou estacionado, em qualquer hora do dia ou da noite.


Os desempenhos da condução e manobrabilidade do carro de combate T-90S também melhoram significativamente. Aumentou a potência do motor. Em términos de características conjugadas, o T-90S é atualmente o melhor carro de combate do mercado internacional. Segundo afirmou Sienko, "já foram fabricadas várias centenas de carro de combates", montados sob licença russa na fábrica de blindados da cidade de Avadi, estado de Tamil Nadu (Índia).

Hoje em dia, o T-90S é a principal força de ataque do Exército indiano. A Índia está interessada em passar da montagem atual para a localização total da produção, visando posteriormente à modernização de carro de combates produzidos em conjunto. No período entre 2014 e 2019, a Índia poderá comprar adicionalmente cerca de 600 novos kits para adaptar ao T-90S modernizados e começar a produzi-los sob licença.

A Índia aplica um esquema de produção similar em outras empresas, produzindo sob licença russa diversos equipamentos militares. A corporação indiana Hindustan Aeronautics Ltd produz um dos melhores caças do mundo, o Su-30MKI. Junto com a Índia está sendo desenvolvido um promissor jato de quinta geração (FGFA, na sigla em inglês). Durante vários anos, a empresa conjunta russo-indiana BrahMos vem fabricando os mais velozes mísseis de cruzeiro BrahMos.

Hoje, os engenheiros russos estão trabalhando no projeto de um carro de combate de quinta geração, no qual serão aplicadas soluções técnicas e de engenharia conceitualmente inovadoras, salientou o redator-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional), Igor Korotchenko: "Trata-se de um carro de combate com cápsula blindada que garantirá a sobrevivência dos tripulantes em condições de combate. As munições serão colocadas fora da cápsula blindada. O veículo terá uma torre inabitável e um canhão automatizado que poderá disparar e se carregar sem intervenção humana.

O artilheiro, aliás, operador do canhão só terá que indicar o alvo e especificar o tipo de projétil para destruí-lo. Será uma plataforma blindada totalmente automatizada que permitirá cumprir uma ampla gama de missões no curso de ações bélicas. O carro de combate será controlado remotamente. Este desenvolvimento será um primeiro passo no caminho de criação de sistemas de armas totalmente "auto guiáveis", os chamados robôs de combate imaginados por autores de ficção científica do século passado."

Talvez, este carro de combate também seja desenvolvido graças aos esforços compartilhados dos armeiros russos e indianos. fONTE: DEFESANET


Chefe brasileiro da Minustah fala dos desafios da ONU no Haiti

Eleições periódicas e uma polícia que garanta a segurança são desafios para que a força da ONU conclua seu mandato no Haiti, o país mais pobre da América e arrasado em 2010 por um terremoto, afirmou em entrevista à AFP o general brasileiro Fernando Rodrigues Goulart.
O Haiti está no "caminho correto politicamente" e ninguém espera uma regressão, mesmo após o retorno dos ex-presidentes Jean-Claude Duvalier (1971-86) e Jean-Bertrand Aristide (que cumpriu mandatos em 1991, de 1994 a 1996 e de 2001 a 2004), disse o chefe da força militar da Missão da ONU para a estabilização do Haiti (Minustah).

A continuação dos principais destaques da entrevista:
A Missão da ONU no Haiti completará uma década em 2014. O número das tropas diminuiu e pela primeira vez chegou ao nível de antes do terremoto de 2010. Há uma data prevista para o final do mandato?
"Não há data prevista para o fim da presença no Haiti. Estamos com um plano que vai de 2013 a 2016, o que para o componente militar significa uma redução gradual da força, uma vez que a polícia do Haiti está aumentando gradualmente sua capacidade".

Quais são os principais desafios da missão?
"O desafio é a manutenção da estabilidade e da segurança. O país está estável e seguro. A tarefa primordial é mantê-lo desta forma. Além disso, precisamos estruturar a polícia, que ainda necessita de apoio (...) ajudar para que o Haiti desenvolva a capacidade plena de conduzir as eleições (...) e ainda temos as questões de direitos humanos, legislativas, judiciais e de governabilidade: instituições do governo (...) que devem ser melhor consolidadas para garantir a normalidade democrática e plena governabilidade".

A presença do ex-ditador Duvalier - que esta semana se apresentou à justiça de seu país, alvo de denuncias por prisões arbitrárias e torturas - e de Aristide não provoca temores de que problemas do passado retornem?
"Esse é um assunto haitiano. O Haiti está sabendo lidar com a presença dessas personalidades. A Minustah entende que seu mandato está sendo plenamente executado, confia que o Haiti está no caminho correto politicamente e que continuará fazendo progressos".

Então não há a preocupação de um retorno de situações do passado?
"Ninguém espera tal retorno e trabalhamos para que o Haiti não tenha nenhuma regressão em nenhuma área, tanto no desenvolvimento social como econômico e político".

Preocupa o fato das eleições previstas em 2012 ainda não terem sido convocadas e a possibilidade de uma renovação parlamentar apenas parcial?
"É importante que haja consenso nas instituições haitianas para que não haja esses atrasos nas eleições, que são fundamentais para o processo democrático".

A política continua a ser uma fonte de instabilidade e violência?
"Acreditamos que o Haiti já alcançou um nível, que é comprovado com as sucessões de presidentes eleitos democraticamente em 2006 e 2011. Isso para o Haiti é uma sequência que traz bastante confiança quanto a esta normalidade democrática e nos permite ter uma expectativa bastante boa de que o país está no caminho correto".

Existe um desgaste com a presença estrangeira? De que maneira surgiu a denuncia de que a epidemia de cólera, que matou em 2010 cerca de 8.000 pessoas, pode ter sido introduzida por forças da paz?
"Não diria que existe esse desgaste. A missão está aqui com o consentimento haitiano, como qualquer missão de paz. O que vemos é uma aceitação como uma presença benéfica. No caso da cólera (...) não temos a comprovação (de que a cólera foi introduzida por soldados da ONU). O componente militar atuou muito, chegando em áreas isoladas (...). Atuamos da maneira mais intensa possível para prevenir e eliminar a cólera no Haiti".
Fonte: Terra/montedo.com


STM mantém condenação de sargento do Exército por desvio de recursos de PNRs

JUSTIÇA MILITAR MANTÉM CONDENAÇÃO DE SARGENTO ACUSADO DE DESVIAR RECURSOS DE PRÉDIOS FUNCIONAIS

O Superior Tribunal Militar (STM) manteve a condenação de um sargento do Exército, acusado de peculato, a três anos de reclusão.
Ele teria desviado cerca de 20 mil reais de pagamentos feitos por militares moradores de residências funcionais. A defesa do réu recorreu ao STM para tentar desclassificar o crime para apropriação indébita, pois este tem penas mais brandas.
Segundo os autos, o 3º sargento do Exército J.A.F exercia a função de administrador de edifícios residenciais funcionais, que estavam sob responsabilidade do 18º Batalhão de Infantaria Motorizado, sediado em Sapucaia do Sul (RS), região metropolitana de Porto Alegre. De acordo com a promotoria, ele recebia os valores das taxas pagas pelos moradores e deveria recolher à conta única do Tesouro Nacional vinculada ao Batalhão, por intermédio de guias de recolhimento. Parte dos valores se referia ao pagamento de conta de luz e água dos imóveis.
No entanto, entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2009, o sargento não teria feito o recolhimento dos valores junto à conta do quartel e embolsou todo o montante, no valor de R$ 19.480,00. Ao detectar a fraude junto ao SIAFI (sistema de acompanhamento financeiro do governo federal), o comando do Batalhão abriu inquérito para apurar as irregularidades. Durante as investigações, o militar confessou o desvio. Ele afirmou que o fez para pagar dívidas pessoais acumuladas desde o ano de 2001.
Em agosto de 2009, o Ministério Público Militar denunciou o sargento pelo crime de peculato, previsto no artigo 303 do Código Penal Militar (CPM). No julgamento de primeira instância, na Auditoria de Porto Alegre, o acusado foi condenado à pena de três anos de reclusão, com o direito de apelar em liberdade e o regime prisional inicialmente aberto. Os advogados do militar entraram com o recurso de apelação junto ao STM, a última instância da Justiça Militar da União. A defesa argumentou o “estado de necessidade”, em virtude, conforme informou o acusado, de estar sofrendo diversas ameaças de morte feitas por agiotas. A defesa pediu que o Tribunal desclassificasse o crime de peculato para o de apropriação indébita, com penas mais brandas, crime previsto do artigo 248 do CPM.
A defesa sustentou também que o dinheiro apropriado pelo militar era privado, recolhido de moradores dos residenciais, e que o desvio não estava vinculado ao exercício do cargo do militar, isto porque a defesa arguiu que o sargento estaria exercendo a função de forma desviada, não prevista na legislação. E pediu a extinção da punibilidade em virtude do réu ter ressarcido à União todo o valor desviado. O sargento foi licenciado do Exército em novembro de 2009, mas continuou a responder a ação penal na justiça militar por, na época do crime, ser militar da ativa.
A analisar o recurso de apelação, o ministro William de Oliveira Barros sustentou serem frágeis os argumentos da defesa, pois “é irrelevante se o montante desviado era público ou privado, sendo primordial dizer que o apelante detinha a posse dos valores em razão do cargo que ocupava”.
O ministro disse que a devolução espontânea dos valores não tem o condão de eximir o sargento da responsabilidade penal e rebateu a tese defensiva de que o militar não exercia a função legalmente. “Há uma Portaria do Exército que se refere às instruções gerais para a administração dos próprios nacionais. O documento determina que os conjuntos habitacionais contem com um supervisor ou um supervisor administrativo, que neste caso era o sargento”. Por fim, o magistrado disse que o delito não se confunde com a apropriação indébita, pois este crime é apenas de natureza patrimonial. “ O sargento não apenas violou o patrimônio, como também a lealdade e confiança nele depositada pelo Estado”.
Sobre as ameaças de agiotas sofridas pelo acusado, segundo o relator, nenhum elemento de prova foi trazido aos autos para comprovar a argumentação e mesmo se houvesse a ameaça, foi o próprio acusado que deu causa à situação de perigo. O ministro negou provimento ao apelo da defesa e manteve integra a sentença de primeira instância. Por maioria de votos, o Plenário acompanhou o relator.
Fonte: STM

domingo, 3 de março de 2013

FAB e Exército treinam lançamento múltiplo de cargas pesadas

Durante uma manobra realizada pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) da V FAE e pela Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro, duas cargas pesadas foram lançadas em sequência de uma aeronave C-130 Hércules, na manhã da última quarta-feira (27/02), na área de lançamento da Base Aérea dos Afonsos (BAAF), localizada no Rio de Janeiro.
Denominado “Heavy Sequencial”, o procedimento consiste em prender a carga a ser lançada em uma plataforma fixa apropriada e, utilizando um paraquedas de extração, lançar a carga a aproximadamente 1000 pés de altura. Ao ser projetada da aeronave, uma plataforma puxa a outra, sendo possível o lançamento de até 4 cargas, com capacidade total de aproximadamente 20 toneladas.
“Esse lançamento demonstra a grande competência logística desenvolvida, que aliada ao preparo e habilidade das tripulações, torna capaz a distribuição de grande quantidade de material utilizando apenas uma aeronave”, afirmou o Capitão Aviador Bruno Rocha, um dos pilotos da FAB que participou do procedimento.
O lançamento foi acompanhado pelo Comandante da V FAE, Brigadeiro do Ar Cesar Estevam Barbosa e pelo Comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, General de brigada Roberto Escoto.

Fonte: 1° GTT
 
 

EDA - Primeiras demonstrações da Esquadrilha da Fumaça no ano marcam estreia de pilotos



Três cidades de diferentes estados do Brasil irão receber o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) em suas primeiras apresentações deste ano: Nova Andradina (MS), Ouro Fino (MG) e Itu (SP). O retorno das demonstrações traz a estreia dos aviadores recém-formados no Curso de Piloto de Demonstração Aérea da Esquadrilha. Em Itu, os Capitães Ubirajara Pereira Costa Júnior e Daniel Garcia Pereiraos irão se apresentar pela primeira vez. O Tenente Thiago Romeiro Capuchinho fará sua estreia em Ouro Fino.
Situada na região centro-oeste do país, a população de Nova Andradina poderá assistir às manobras da Fumaça no dia 1º de março, às 16h30, na Praça Geraldo Mattos Lima. No dia seguinte, o EDA faz apresentação no município de Ouro Fino, distante 459 km da capital mineira. A demonstração, que faz parte das comemorações dos 264 anos da cidade, acontece no dia 2 de março, às 15h, na Avenida Raul Apocalypse.

O Tenente Capuchinho comentou sobre sua expectativa para a estreia: “é muito agradável, pois a primeira demonstração marca o início da minha parcela de contribuição para o cumprimento da missão institucional do EDA, que é representar a Força Aérea Brasileira”.
No dia 3 de março, a população de Itu, no interior de São Paulo, irá acompanhar as acrobacias do EDA. A apresentação fará parte da abertura do Campeonato Paulista de Kart, no kartódromo da cidade, e irá encerrar a programação do aniversário de 403 anos da cidade. “Estou muito feliz em poder estrear, definitivamente, como Ala Esquerda do EDA. Para mim, é motivo de muita alegria fazer parte desta equipe”, afirma o Capitão Costa. O Capitão Garcia também comentou sobre sua estreia: “será a melhor possível, pois o momento é o coroamento de quatro meses de esforço e muita expectativa”.

Fonte: EDA

FAB - Esquadrão Onça emprega óculos de visão noturna em treinamento


 
 
Uma aeronave C-105 Amazonas do Esquadrão Onça, 1º/15º GAV, realizou um voo à baixa altura com emprego óculos de visão noturna (NVG) em terreno hostil. O treinamento inédito foi feito no dia 25 de fevereiro na pista do aeroporto de Porto Murtinho, no interior de Mato Grosso do Sul. Na simulação os pilotos, o navegador e o mestre de carga utilizaram o NVG.
Durante o pouso em Porto Murtinho, dois militares que estavam em solo foram resgatados e trazidos de volta a Base Aérea de Campo Grande (BACG), de onde o avião decolou.
A missão exigiu um alto padrão de preparo, planejamento e execução no emprego noturno do Esquadrão Onça.

Fonte: SCS/BACG



sexta-feira, 1 de março de 2013

Compareçam!


Bandidos roubam peças de bronze de arsenal da Marinha


FERNANDA ALVES

Rio - A Marinha informou nesta sexta-feira que peças de bronze de um dos seus arsenais foram roubadas. O material foi retirado por ladrões de dentro do Primeiro Distrito Naval, na Praça Mauá, na Região Portuária do Rio.
De acordo com a Marinha, o crime aconteceu durante o Carnaval, mas ainda não foi confirmado o dia exato. O marinheiros não informaram também o valor dos ítens roubados. O material de cobre seria para construção de navios.
Um inquérito interno foi aberto para apurar se houve participação de militares no roubo.
Fonte: O Dia

Problema crônico: jovens passam a madrugada na fila para o alistamento militar no RJ

Jovens sofrem com demora em fila para alistamento militar no Rio
Além da demora, grupo não tem lugar para sentar, nem comida.
Responsável pela organização dos pontos de alistamento é a Prefeitura.

Jovens que têm que se alistar nas Forças Armadas do Exército na cidade do Rio estão sofrendo com o descaso. Eles passam dias em pé numa fila, debaixo de chuva, sem água, sem comida e sem informação. Além destes problemas, a XIX Região Administrativa de Santa Cruz, na Zona Oeste, não tem sequer um banheiro, conforme mostrou o Bom Dia Rio desta quinta-feira (28).
“Nós precisamos do certificado de reservista. Senão, não conseguimos trabalhar com carteira assinada”, explica um dos jovens.
Apesar de ser uma exigência Militar, a responsável pela organização dos pontos de alistamento é a Prefeitura. No entanto, na falta de alguém para organizar, os próprios jovens se reuniram e fizeram uma lista pra controlar a ordem de atendimento.
Vendo a dificuldade dos garotos, seu Carlos, que toma conta de um galpão na região, resolveu abrigar um grupo que ficou molhado devido à chuva. “Dá pena porque eu já passei por isso, mas não a esse ponto. Tava chovendo muito essa noite, então eu fiquei com pena deles e deixei que ficassem por aqui”, disse.
G1 Rio/montedo.com

Copa das Confederações: Forças Armadas reforçarão evento com três mil homens em Brasília

FORÇAS ARMADAS NOS EVENTOS ESPORTIVOS

Brasília vai receber o reforço de 3 mil homens da Marinha, Exército e Aeronáutica durante a Copa das Confederações, marcada para começar no dia 15 de junho; o policiamento vai contar também com o auxílio de outros órgãos como o Detran; para garantir totalidade do efetivo, Polícia Militar não vai conceder férias para os policiais no período dos eventos esportivos

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mais de uma dezena de órgãos e agências federais e distritais trabalharão em conjunto na segurança da capital federal durante a Copa das Confederações, em junho deste ano, e a Copa do Mundo, em 2014. Em Brasília, que será sede de abertura da Copa das Confederações e receberá sete jogos do Mundial de Futebol, as Forças Armadas destacarão 3 mil homens especificamente para os grandes eventos. Além do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, as forças policiais e o Departamento de Trânsito, que fazem parte do sistema de defesa e segurança integrado, reforçarão suas ações na cidade.
Segundo o Comandante Militar do Planalto, general Gerson Menandro Garcia de Freitas, militares especializados em diversas áreas executarão ações de contraterrorismo e de defesa aeroespacial, fluvial, cibernética, química, radiológica e nuclear, além de fiscalizar explosivos. Antes da Copa das Confederações, haverá simulações para treinamento do pessoal e, no dia 25 de maio, será feito o ensaio geral no Estádio Nacional Mané Garrincha, palco dos jogos.
Apesar de os órgãos já se reunirem há seis meses, hoje (28) foi feito o primeiro encontro de integração da defesa de área, de inteligência e segurança pública e defesa civil. Segundo o delegado da Polícia Federal Victor Campos, que coordenará a atuação integrada das forças policiais, a intensificação do trabalho para os eventos não vai gerar insegurança em lugares afastados.
"Os órgãos passam a trabalhar de forma conjunta para que os jogos ocorram de forma tranquila e festiva. Vai ser planejado e não vai desguarnecer outras áreas do Distrito Federal", disse Campos. Para aumentar o efetivo de plantão sem fazer novas contratações, não serão concedidas férias, nem dispensas, durante o período das competições.
Nos dias de jogos, algumas vias de trânsito próximas ao estádio terão acesso controlado ou haverá desvios com cerca de seis horas de antecedência. Segundo o gerente de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran, Luiz Carlos Souto, a via que circula o Parque da Cidade funcionará apenas no sentido anti-horário e o local será o estacionamento oficial dos torcedores que decidirem ir de carro.
Souto disse que o Detran trabalha com a possibilidade de ser decretado feriado nos dias de jogos e que haverá controle de tráfego nas principais vias para evitar congestionamentos. Souto alerta que o momento festivo, com confraternizações que devem chegar até a Esplanada dos Ministérios, não eximirá os motoristas de penalidades. "Faremos fiscalização de estacionamentos e usaremos os etilômetros [bafômetros] após os eventos."
O entrosamento entre as forças militares e policiais e o treinamento que está sendo feito ajudará o país a atingir um novo patamar em defesa. O general Menandro, que coordena as ações de defesa, disse que a Copa e os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, farão o Brasil entrar definitivamente na agenda mundial dos grandes eventos. Para as Forças Armadas, será uma "oportunidade de melhorar seu aparelhamento, tanto em termos de equipamentos quanto de capacitação".
Fonte:Brasil247

STM mantém condenação de ex-soldados do Exército por espancarem recruta

Plenário mantém condenação de ex-soldados por espancamento de militar
O Superior Tribunal Militar manteve por unanimidade a condenação de três ex-soldados do Exército a três meses de detenção por terem espancado um colega de farda. A lesão corporal ocorreu durante um trote de “batismo” contra a vítima que recebeu pancadas nas nádegas e cabeça com pedaços de madeira.
Plenário mantém condenação de ex-soldados por espancamento de militar
Os agressores foram denunciados pelo Ministério Público Militar em 2010 por terem abordado a vítima dentro do quartel no momento em que ela se dirigia ao alojamento para pegar seus pertences e voltar para casa. Os ex-soldados informaram ao ofendido que se ele não os acompanhasse para receber o trote, o seu armário seria arrombado e ele não iria recuperar os objetos que fossem encontrados.
Segundo a denúncia, os acusados obrigaram a vítima a se deitar de bruços e bateram diversas vezes na região das nádegas com pedaços de madeira. Em seguida, um dos agressores entregou um capacete de motociclista para que o ofendido pudesse se proteger das próximas agressões na região da cabeça. Ao final do trote, um dos denunciados abriu o armário do ofendido e jogou todos os pertences no chão.
No julgamento do caso na primeira instância, os denunciados negaram os fatos e afirmaram que estavam jogando futebol no dia e horário do trote a pelo menos trinta metros de distância do alojamento. Mas a Auditoria Militar do Rio de Janeiro condenou os três ex-soldados a três meses de detenção pela lesão corporal.
No recurso ao Superior Tribunal Militar, a defesa dos ex-soldados pediu a absolvição com o argumento de que não haveria provas suficientes para confirmar a participação dos réus no crime. Mas o relator do caso, ministro William Oliveira, afirmou que as declarações da vítima estão de acordo com o que foi dito pelas testemunhas, inclusive as de defesa.
Durante o voto, o relator também rebateu o argumento da defesa de que a agressão não poderia ser considerada crime, pois teria havido o consentimento da vítima para o trote. Segundo o ministro William, o consentimento da vítima não pode ser levado em conta, pois “ele foi provocado pelas ameaças de arrombamento do armário e de retaliações na companhia onde servia, não se tratando, portanto, de uma vontade livre, consciente e espontânea”.
O relator ainda destacou que a prática de qualquer tipo de trote é proibida e combatida dentro dos quartéis, sendo os soldados constantemente alertados a não praticarem tal ato, conforme ficou claro pelos depoimentos das testemunhas ouvidas no caso. Os demais ministros votaram com o relator pela manutenção da condenação.
Fonte: STM/montedo.com

China acusa hackers americanos de atacar seus sites militares

China diz que hackers atacam seus sites militares a partir dos EUA
Sites receberam 144 mil ataques por mês em 2012, diz ministério chinês.
Mais de 62% dos ataques foram realizados nos Estados Unidos.

Da France Presse
A China indicou nesta quinta-feira (28) que hackers atacaram no ano passado a partir dos Estados Unidos dois sites militares chineses, incluindo o do ministério da Defesa, uma média de 144 mil vezes por mês.
"O ministério da Defesa e os sites do China Military Online foram hackeados a partir do exterior uma média de 144 mil vezes por mês em 2012", indicou o porta-voz do ministério, Geng Yansheng.
Mais de 62% destes ataques foram realizados nos Estados Unidos, estimou, acrescentando que estes tipos de ações contra sites militares "aumentaram ininterruptamente nos últimos anos".
A Mandiant, uma das empresas que aconselha o governo americano em matéria de segurança da informação, havia considerado no dia 19 de fevereiro, após centenas de investigações realizadas por três anos, que as organizações que atacam meios de comunicação americanos, agências do governo e sociedades comerciais via internet "estão baseadas principalmente na China e que o governo chinês está totalmente ciente de suas atividades".
A China rejeitou categoricamente o relatório desta empresa americana.
fONTE:G1/montedo.com