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segunda-feira, 7 de abril de 2014

O poder civil foi bater à porta dos quartéis

Um estrangeiro que ignorasse a nossa história, mas conseguisse ler a nossa imprensa, certamente chegaria à conclusão de que este é um país que padece de uma doença social rara, talvez única, nativa mesmo, como a jabuticaba. O nome dessa doença é esquizofrenia histórica.
Como sabemos, nestes 50 anos do chamado “golpe”, nunca os militares foram tão demonizados como agora. Alguns poderão dizer que não é bem assim; que as críticas são dirigidas aos desmandos e aos excessos havidos durante a ditadura, mas a gente sabe que isso não é verdade. Os militares são tratados como intrusos. Passa-se adiante a impressão de que tudo caminhava às mil maravilhas no mundo civil; de que o governo João Goulart era um exemplo de democracia e disciplina, e aí chegaram os gorilas fardados para nos tirar no paraíso. Notem: é evidente que eu acho que militares não têm de se ocupar da política. Mas acho também que as pessoas que se ocupam da história devem se ater aos fatos. E é fato que foi o governo civil de 1964 que criou as condições paro o golpe militar. Negá-lo é fazer pouco caso das evidências — e nada disso impede que se reconheçam os desmandos havidos, porque é certo que os houve. Ponto parágrafo.
O Brasil é governado por civis desde 1985. Embora as primeiras eleições diretas para presidente, depois do ciclo militar, tenham ocorrido só em 1989, chamar de “ditadura” o governo vigente em 1982, por exemplo, é um pouco mais do que licença poética — é mentira mesmo. Mas nem me atenho a isso agora. O fato é que, depois de quase três décadas, quando se precisa de uma referência de confiabilidade, de seriedade, de incorruptibilidade e de eficiência, eis que se apela às… Forças Armadas.
Garantir a segurança pública é tarefa precípua dos civis, é evidente. Sim, o artigo 142 da Constituição reconhece às Forças Armadas papel subsidiário na manutenção da lei e da ordem, mas essa não é sua tarefa primeira. Não obstante, a partir de sábado, 2050 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista e 450 da Marinha vão ocupar o Complexo da Maré, no Rio. Lá ficarão, no mínimo, até 31 de julho — sim, leitores, a Copa do Mundo acontece nesse intervalo.
Pessoalmente, já disse, nada tenho contra a intervenção das Forças Armadas no combate ao narcotráfico. Há quase 30 anos, já disse, escrevi meu primeiro texto defendendo tal ação. Ocorre que não estou entre aqueles que saem por aí a defender uma tal desmilitarização da polícia — seja lá o que isso signifique — ou que tratam os militares como espantalhos.
E notem: no Complexo da Maré, o Exército e a Marinha não se limitarão a fazer um trabalho de apoio, não. Vão mesmo exercer função de polícia. Segundo o general Ronaldo Lundgren, chefe do Centro Operacional do Comando Militar do Leste, os homens estão autorizados a realizar patrulhamento ostensivo, revista e prisões em flagrante.
Todo cuidado é pouco. A chance de haver problemas é gigantesca. O narcotráfico costuma mobilizar agentes provocadores para incitar uma resposta violenta dos soldados e, assim, jogar a comunidade contra os militares. Lundgren afirmou, durante entrevista coletiva no Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio, que haverá um telefone para que os moradores da Maré possam denunciar eventuais abusos de autoridade.
Nos 50 anos do golpe, o poder civil foi bater à porta dos quartéis. Como se vê, as Forças Armadas não são intrusas, mas parte da história do Brasil.
Por Reinaldo Azevedo - VEJA

Salário dos MILITARES - Comandantes ENZO, SAITO e Moura Neto convocados pela Câmara para explicar sobre SALÁRIO DOS MILITARES.

Os militares já há alguns anos tem se mobilizado em prol de uma revisão séria nos soldos. No final de 2012 uma convocação feita por meio da internet colheu mais de 300 mil assinaturas enviadas à Comissão de Segurança Nacional do Senado. O abaixo assinado exigia uma discussão séria sobre a remuneração dos militares das Forças Armadas. Nos últimos meses vários sites e blogs tem batido na questão da evasão de cérebros das Forças Armadas. Os sites Sociedade Militar e Montedoforneceram números que mostram que uma percentagem cada vez mais alta de oficiais e sargentos tem abandonado as forças armadas ainda antes dos primeiro quinquênio de serviço militar.
Ontem a câmara informou ao público que um requerimento dos deputados Izalci (PSDB-DF), Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Cesar Colnago (PSDB-ES), defendido pelo presidente da CREDN, Eduardo Barbosa (PSDB-MG), foi aprovado nesta quarta-feira, 2. "Entre outras coisas, uma política salarial adequada ajudará a reverter a situação atual de perda de recursos humanos altamente qualificados das Forças Armadas", diz a justificativa do documento.
Os deputados destacaram ainda a importância das Forças Armadas, por exemplo, no atendimento às populações ribeirinhas, apoio em situações de catástrofes e na execução de obras de infraestrutura, no Brasil e no exterior com o Batalhão de Engenharia que atua no Haiti. "O êxito desses programas também dependem da motivação e do fortalecimento dos quadros das nossas Forças", afirmaram.
Cúpula - Nesta quarta-feira, 2, o presidente da CREDN, Eduardo Barbosa, recebeu a confirmação do ministério da Defesa dando conta que os comandantes da Marinha, Almirante Julio Soares de Moura Neto; do Exército, General Enzo Martins Peri; e da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito; além do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, General José Carlos De Nardi, e do Secretário-Geral do ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso, acompanharão o ministro.
A audiência ocorrera no próximo dia 9 de abril.
Dados de Câmara e Revista Sociedade Militar.

Morte do Capitão do Exército dos Estados Unidos - SP - 12/10/68


Executado pelo "Tribunal Vermelho"
Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP.
No início de outubro/68, um "Tribunal Revolucionário" condenou o capitão Chandler à morte, porque ele "seria um agente da CIA".
O capitão dos Estados Unidos Charles Rodney Chandler, quando retirava seu carro da garagem para seguir para a Faculdade, foi assassinado, friamente, com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver, na frente da sua esposa Joan e seus 3 filhos.
O "tribunal vermelho" era composto pelos dirigentes da VPR Vanguarda Popular Revolucionária:
Pedro Lobo de Oliveira
Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari),
João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Manéco)
Ladislas Dowbor(Jamil)
Os levantamentos da rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite).
O grupo de execução era constituído pelos terroristas :
João Carlos Kfouri Quartin de Moraes
Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio);
Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro);
e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito).
Participaram da ação: Onofre Pinto - VPR:
João Carlos Kfouri Quartin de Moraes - VPR;
Ladislas Dowbor - VPR;
Dulce de Souza Maia - VPR;
Pedro Lobo de Oliveira - VPR;
Diógenes José de Carvalho Oliveira - VPR;
e Marco Antônio Braz de Carvalho - ALN.
http://www.averdadesufocada.com/index.php/comisso-da-verdade-especial-107/9472-121013-pedro-lobo-de-oliveira-assume-assassinato-de-chandler
kureberu



A deputada venezuelana Maria Corina Machado no Roda Viva desta segunda

O Roda Viva com a deputada venezuelana Maria Corina Machado será transmitido pela TV Cultura entre 22:00 e 23:30 desta segunda-feira, 7 de abril. Ilustrada pelo cartunista Paulo Caruso, a conversa gravada na sexta-feira reuniu os entrevistadores Fabiano Maisonnave (repórter daFolha), Nathalia Watkins (repórter da seção internacional de VEJA), Fernando Tibúrcio Peña (advogado especializado em Direitos Humanos), Rogério Simões (editor-executivo da revista Época) e Rodrigo Cavalheiro (subeditor do caderno internacional do Estadão).

Todas as perguntas foram feitas. Nenhuma ficou sem resposta convincente. Durante 90 minutos, Maria Corina deu uma aula de clareza, coerência, coragem e sensatez. A poucas horas da viagem de volta para o olho do furacão, a parlamentar cassada e perseguida pelos mastins do governo Nicolás Maduro exibiu a altivez dos que jamais saberão o que é uma rendição humilhante. No Roda Viva, o Brasil verá o que é uma oposicionista de verdade.
Fonte: Veja

'Adolescente' da Maré sobre militares: "Se eles vierem falar comigo vou partir para cima, arrebentar na porrada. E te digo outra: não vão para o hospital, não. Será para o cemitério".

Jovem é espancado na Maré e moradores acusam Exército de omissão

 "Pensei que pudesse fazer uma diferença, pois eles são do Exército, e iria respeitar, esconder meu baseado, por exemplo. Mas agora, não. Vou fumar meu baseado aqui mesmo e se eles vierem falar comigo vou partir para cima, arrebentar na porrada. E te digo outra: não vão para o hospital, não. Será para o cemitério".
Por Bruna Fantti
RIO DE JANEIRO, RJ, 6 de abril (Folhapress) - Na manhã de hoje, um jovem da comunidade Nova Holanda foi espancado e arremessado em um valão por um grupo de adolescentes, moradores da favela Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio.
As duas comunidades são divididas por um valão de esgoto e dominadas por traficantes de facções distintas. De acordo com parentes de Cláudio Brum dos Reis, de 22 anos, o estudante pediu a militares do exército para assistir a um jogo de futebol na área rival.
Após chegar ao local do jogo, foi abordado por adolescentes e agredido. Desde ontem, os militares do Exército ocupam o Complexo da Maré, através da Força de Pacificação.
"Era início da manhã, os soldados permitiram que ele fosse ao jogo e não fizeram nada quando ele foi espancado. Ele levou vários pisões na cabeça, deram muitos socos, só porque ele é morador daqui [Nova Holanda]. Tinha crianças na rua, pessoal andando de bicicleta, comércio aberto e eles não fizeram nada. Perguntei isso a um soldado e ele disse que não poderia se meter em briga de facção. Mas foram os próprios soldados que falaram para ele ir assistir ao jogo, que era seguro", afirmou a prima da vítima, Cássia Brum.
Ainda de acordo com as testemunhas, Cláudio, que é deficiente físico, foi arrastado e jogado dentro do valão que divide as comunidades.
Ao tentar prestar socorro a Cláudio, os moradores foram impedidos pelos militares que solicitaram o serviço dos bombeiros.
"Nesse momento, como eles não deixavam a gente socorrer e já tinha passado quase meia hora que a ambulância não chegava, começou outra confusão, a gente se revoltou. Nisso, os militares deram três tiros para o alto e jogaram gás de pimenta na gente. Que segurança é essa que só serve para revistar? Quando a gente precisa de ajuda falam que não podem se meter.", desabafou outra prima de Cláudio, Jaqueline Oliveira.
Segundo o major Alberto Horita, chefe da comunicação social da brigada paraquedista que está no Complexo da Maré, o caso será apurado.
"Não existe ordem para não intervir em alguma briga. Pelo contrário, estamos aqui para garantir a lei e a ordem e prover a segurança. Vamos avaliar o que ocorreu nesse caso e as circunstâncias".
O episódio da agressão e suposta omissão do Exército fez com que parte dos moradores da Nova Holanda criassem desconfiança no trabalho dos militares.
"Desde criança sei que não posso atravessar a rua do valão. Tive que tirar meu filho da Vila Olímpica pois ela fica na região da Baixa do Sapateiro. Pensei que algo fosse mudar, mas não. As brigas continuam. Na semana passada a PM entrou e um adolescente daqui morreu. Hoje, o Exército entra e meu primo é espancado. Só mudou uma coisa: antes as brigas eram de fuzil e, com a presença dos militares, eles brigam de facas e pedras", relatou Cássia.
Outro adolescente, que já participou de brigas e não quis se identificar, afirmou que não irá respeitar os militares. "Pensei que pudesse fazer uma diferença, pois eles são do Exército, e iria respeitar, esconder meu baseado, por exemplo. Mas agora, não. Vou fumar meu baseado aqui mesmo e se eles vierem falar comigo vou partir para cima, arrebentar na porrada. E te digo outra: não vão para o hospital, não. Será para o cemitério".
No último domingo, Vinícius Guimarães, de 15 anos, morreu após ser atingido por um tiro, durante uma briga entre adolescentes das duas comunidades.
A secretaria Municipal de Saúde ainda não informou o boletim médico de Cláudio, mas o adolescente está na sala vermelha do Hospital Municipal Souza Aguiar, onde ficam internados os pacientes em estado grave.

Diário do Sudoeste